Censos2021: População estrangeira em Portugal aumenta cerca de 40%

Mundo Lusíada com Lusa

Dados provisórios do Censos2021 divulgados nesta quinta-feira revelam um aumento de 40,6% de pessoas de nacionalidade estrangeira residentes em Portugal, que agora representam 5,4% do total da população.

À data da realização do Censos2021, residiam em Portugal 555.299 pessoas de nacionalidade estrangeira, um valor superior aos 3,7% verificados em 2011, conclui o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Entre os estrangeiros residentes em Portugal, 452.231 (81,4% do total) são nacionais de países que não integram a União Europeia.

De acordo com o INE, a população estrangeira reforçou a “importância relativa” nas sete unidades estatísticas consideradas no Censos – Norte, Centro, Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira –, revelando “maior representatividade” no Algarve e na Área Metropolitana de Lisboa, com 14,7% e 8,9% respetivamente.

Aliás, “a grande maioria” dos municípios com presença mais elevada de população estrangeira situa-se a sul do país, nomeadamente na região do Algarve e na Área Metropolitana de Lisboa.

Odemira (28,6%), Aljezur (26,3%), Vila do Bispo (26,1%) Lagos (23,4%) e Albufeira (20,4%) são os municípios onde a população estrangeira é mais representativa, segundo os dados.

Do lado oposto, existem 13 municípios onde o número de estrangeiros é inferior a 1% da população residente, com Barrancos e Mesão Frio (ambos com 0,5%) e Gavião (0,6%) a registarem os valores mais baixos.

A Região Autónoma dos Açores é o território com menos estrangeiros (1,5% da população residente).

Esta é a segunda fase de divulgação de resultados provisórios do Censos2021 (antecipando a data inicialmente prevista de 28 de fevereiro de 2022), depois da divulgação de resultados preliminares em 28 de julho.

10.344.802 habitantes

Portugal tem 10.344.802 habitantes e perdeu 217.376 pessoas nos últimos 10 anos, uma percentagem de 2,1 por cento que resulta de um saldo natural negativo de 250.066 pessoas.

Os números, que reveem em baixa dados preliminares divulgados em julho, constam dos resultados provisórios do Censos2021 e apontam para menos 3.090 habitantes do que tinha sido contabilizado inicialmente.

Portugal só tinha registrado uma perda de população entre Censos em 1970, “como resultado da elevada emigração verificada na década de 1960”, indica o INE.

Desde 2011, a população só cresceu nas regiões do Algarve (3,7%), que tem 467.475 habitantes, e na Área Metropolitana de Lisboa (1,7%) que tem 2.870.770.

Registaram-se descidas em todas as outras: o Alentejo, com 704.707 habitantes, perdeu 6,9% da sua população, a Região Autónoma da Madeira, com 250.769 pessoas, perdeu 6,4%, e a região Centro, com 2.227.567, perdeu 4,3% da população.

Na região Autónoma dos Açores, com 236.440 habitantes, a perda foi de 4,2%, e na região Norte, com 3.587.074, há menos 2,8% de habitantes.

A população portuguesa divide-se entre 5.423.632 mulheres e 4.921.170 homens.

População idosa

O número de pessoas com 65 anos ou mais de idade aumentou 20,6% nos últimos 10 anos e representa hoje 23,4% da população portuguesa.

Portugal tem 2.424.122 pessoas com 65 anos ou mais e 1.331.396 com menos de 15 anos. Há ainda 5.500.951 pessoas com idades entre os 25 e os 64 anos (53,2% do total da população) e 1.088.333 com idades entre os 15 e os 24 anos (10,5%).

O grupo populacional que teve “redução mais significativa” foi o das pessoas até aos 15 anos de idade, que desceu 15,3% e representa hoje 12,9% do total, enquanto a população jovem em idade ativa (dos 15 aos 24 anos) desceu 5,1% e as pessoas com idades entre os 25 e os 64 anos diminuiram 5,7%.

Agravou-se assim “o duplo envelhecimento da população” com a redução dos jovens e o aumento dos mais velhos, assinala o INE.

Por região, o Alentejo, com um índice de 229 idosos por 100 jovens, e o Centro, com 219 por cada 100, apresentam os índices de envelhecimento maiores.

“O envelhecimento demográfico em Portugal continuou a acentuar-se de forma muito expressiva, salientando os desequilíbrios já evidenciados na década anterior”, analisa o INE.

É nos Açores que se encontra a maior percentagem de população mais jovem, com 14,6% de habitantes com idades até 15 anos e 11,9% de jovens ativos, com idades entre os 15 e os 24 anos, a par da menor percentagem de pessoas com mais de 65 anos, que se situa em 16,5%.

Por contraste, é na região Centro que se regista a percentagem mais baixa de população com menos de 15 anos (11,8%) e a maior de pessoas com mais de 65 anos (27%, o mesmo valor que o Alentejo para este grupo etário).

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