Por Ígor Lopes
Mundo Lusíada
O presidente do governo regional dos Açores, Carlos Manuel Martins do Vale César, esteve no Rio de Janeiro, no último dia 11, para participar de um jantar comemorativo dos 60 anos da Casa dos Açores na cidade carioca. Durante o encontro com a comunidade açoriana, este responsável pelo governo do arquipélago português falou da importância da juventude na manutenção dos trabalhos nas casas regionais açorianas espalhadas pelo mundo. A Casa dos Açores do Rio fica localizada na zona Norte da cidade, num local que concentra outras casas de diversas regiões de Portugal.
Segundo Carlos César, é preciso colocar a juventude “na primeira linha” de trabalho das associações. “Acho fundamental esse rejuvenescimento”, afirma o presidente do arquipélago, que acredita que hoje exista “uma comunidade em transformação”.
Ainda de acordo com este presidente, “manter as raízes” deve ser uma das partes fundamentais do processo de vida das associações, que serviriam, sobretudo, para “tornar possível a integração entre açorianos e a comunidade” onde este povo estiver estabelecido.
Para Carlos César, os Açores devem ser visto como “exemplo de boa gestão e solidariedade”, uma vez que o cenário econômico do arquipélago está melhor do que no continente. Atualmente, os Açores apostam forte nas suas potencialidades naturais, com uma relação muito íntima com o mar. Mas é preciso ir além e, para isso, Carlos César faz um apelo: “Quem for à Europa faça o favor de visitar os Açores”.
Por sua vez, o presidente da Casa dos Açores carioca, Antônio Toste, realçou a importância dos 60 anos da instituição na vida da comunidade açoriana. Durante o festejo, houve tempo para uma novidade: o rancho folclórico da casa anunciou que irá a Portugal em julho, após 57 anos de fundação.
O evento, que recebeu perto de 200 pessoas, contou com a apresentação da tocata do grupo folclórico da casa, Padre Tomáz Borba, que exibiu modas açorianas, e do cantor Márcio Gomes, que mostrou o melhor do fado ao público presente. Nuno Bello, cônsul português no Rio, também marcou presença, exaltando o trabalho da casa em prol da sociedade açoriana.
Visita ao Sul marca momento histórico
Após fazer escala no Rio, Carlos César seguiu para o Rio Grande do Sul, no dia 12, com o intuito de participar das comemorações do 260º aniversário do povoamento desse Estado da região Sul do Brasil, onde os açorianos tiveram um papel fundamental.
“Os Açores têm uma ligação muito forte com o Rio Grande do Sul. Temos presença na religião, arquitetura e cultura” dessa região, sublinha Carlos César, que pretende reforçar o seguimento do turismo aqui no Brasil.
São Paulo comemorou sem o presidente
Assim como o Mundo Lusíada adiantou no início de abril, a Casa dos Açores de São Paulo, em parceria com o shopping Anália Franco, e o Governo dos Açores realizam, de11 a22 de abril, uma exposição de imagens, vídeos, artesanato e produtos açorianos, além de um “Império” do Divino Espírito Santo. A exposição, que leva o nome de “Açores, Divino, Açores – Retratos de um Paraíso Atlântico”, foi agendada de forma a que Carlos César pudesse participar, o que não aconteceu. No Rio, a nossa reportagem procurou saber de Carlos César o motivo pelo qual ele não visitou São Paulo. César disse que está no Brasil a convite do governo gaúcho.
“Há açorianos em muitos lugares do mundo e eu não posso estar em todos estes lugares. Tenho raízes brasileiras, pois minha avó era brasileira.Em São Pauloestará presente uma delegação do governo regional nas iniciativas que se iniciaram. Não foi possível, nesse deslocamento, estarem São Paulo, já que estive por lá em ocasiões anteriores. Desloco-me ao Brasil, não por uma viagem programada pelo governo regional, mas em conseqüência de um convite do governo do Estado do Rio Grande do Sul. Como tivemos escala aqui no Rio, aproveitei para estar com a comunidade local”, explicou Carlos César.