Casa dos Açores do Quebeque recebe visita do Príncipe Leopold d’Arenberg

Por António Vallacorba De Montreal, Canadá

António Vallacorba

Não é todos os dias que se proporciona a uma instituição como a Casa dos Açores do Quebeque (Caçorbec) o ensejo de receber uma visita real, nem aos seus sócios a oportunidade de apertarem a mão a um embaixador, muito menos a um príncipe!

Mas uma vez teria de ser a primeira, e essa deu-no-la no sábado, 1 do corrente, o Príncipe Leopoldo d’Arenberg, Embaixador da Ordem Soberana de Malta em Portugal, durante a recepção que para tal lhe preparou a Caçorbec, tendo o ilustre visitante assinado o livro de honra e deixado uma mensagem de fraternidade, harmonia e prosperidade, enquanto entusiasticamente se referiu aos portugueses em geral como o de um “povo que deu novos mundos ao Mundo” e que muito “dignifica o nome de Portugal pelas terras da Diáspora”.

Sua Alteza veio acompanhado do Prof. Nelson Figueiredo, primeiro secretário daquela Embaixada, e do padre José Maria Cardoso, responsável da Missão Santa Cruz.

Esta visita do Príncipe Leopoldo à nossa comunidade, veio no prosseguimento do convite que lhe fora feito há 2 anos pela “Universidade dos Tempos Livres” (UTL) para a inauguração oficial da referida UTL, afecta à Missão e que desde o seu começo tem tido o sucesso que se lhe reconhece.

Para o presidente da Caçorbec, este foi um dos momentos mais altos na história da Caçorbec, depois das visitas do presidente açoriano, Carlos César e do então Presidente da Assembleia da República, Dr. Mota Amaral. Nas suas breves palavras de boas-vindas, proporcionou-se-lhe ainda falar um pouco sobre esta colectividade a que preside e acerca das suas actividades sócio-culturais e recreativas.

Na troca de lembranças, o Príncipe Leopoldo ofereceu uma réplica de moeda “D Frei Manuel Pinto da Fonseca” (1741-1773), em prata dourada, e que assinala o facto de a acção militar e política daquele Grão Mestre se ter revelado de “grande importância para o desempenho e prestígio da Ordem Soberana e Militar de Malta”. Por sua vez, o presidente da Caçorbec retribuiu o simpático gesto com um exemplar dos bordados regionais e uma colecção de fotografias do Vulcão dos Capelinhos.

Vulcão, aliás, ao qual sua Alteza se referiu em termos de conhecimento, pois já visitara várias ilhas açorianas e, dessa experiência, mostrou-se assaz elogioso do que presenciou do culto ao Senhor Santo Cristo e da benção do gado nas festas do Espírito Santo em S. Jorge, algo a que chamou de “único no mundo”.

Registe-se, entretanto, que o Príncipe Leopoldo, poliglota (fala 9 línguas), tem uma avó portuguesa: uma das filhas de D. Miguel I, D. Antónia de Bragança (irmã da grande duquesa do Luxemburgo), foi princesa da Baviera.

Representante da casa de Arenberg e mecenas das artes e literatura, gosta de antropologia e cultura dos povos e é grande conhecedor da história de Portugal e Europa.

Talvez devido ao “desagradável” estado do tempo ou à transmissão de um qualquer jogo de futebol, a verdade é que pouca gente se incomodou a comparecer a esta recepção. Todavia, e numa surpresa muito agradável, eis que Jordelina Benfeito, qual anjo da guarda acabando de descer do céu, veio enobrecer o encontro com o calor da sua voz e a simpatia da sua personalidade.

Sua Alteza ficou simplesmente encantado! (E todos os demais). A ilha de Malta – registe-se – é a maior das cinco ilhas que constituem o arquipélago de Malta e a República de Malta, cuja capital é Valetta. Malta está localizada no meio do mar Mediterrâneo ao sul da Itália e ao norte da África. Devido à sua localização estratégica e aos seus portos naturais, Malta assume-se de grande importância para a frota armada mediterrânea britânica e para a da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que ali fazem as suas bases.

Afora este encontro com o Príncipe Leopoldo na sede da Caçorbec, estava ainda programada uma recepção oficial no dia seguinte, domingo, na Sala do Divino Espírito Santo, em Santa Cruz, com a presença do Sr. Embaixador de Portugal em Otava e esposa.

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