Casa de Portugal de Praia Grande promove a “Quinta dos Navegantes” e comemora 34 anos de folclore

Por Odair Sene
GFPraiaGrande
A Casa de Portugal de Praia Grande recebeu um ótimo público no sábado, 13 de agosto para mais uma festa, em comemoração ao aniversário de fundação do seu grupo folclórico. “São 34 anos ininterruptos se apresentando em diversos lugares pelo país, em outros estados, e hoje a festa é de aniversário do nosso rancho que estamos comemorando junto com a festa Quinta dos Navegantes com muita sardinha assada, pão e vinho”, disse ao Mundo Lusíada o presidente da entidade Danilo Gonçalves.
O grupo aniversariante, que foi fundado em 1982, trouxe para essa comemoração como convidado o Rancho Folclórico Verde Gaio, do Centro Cultural Português de Santos abrindo as apresentações com a diretora Ana Maria Gonzalez no comando. Na sequência se apresentou o grupo aniversariante e anfitrião, que foi apresentado no palco pelo Luiz Abílio. O momento dos parabéns, foi ainda durante a apresentação, com direto a bolo no palco, os folcloristas pararam para cantar o parabéns, e depois seguiram com seu elogiado e aplaudido repertório.
Ao Mundo Lusíada, Antonio Carlos Almeida, o Toninho, diretor de folclore da Casa de Portugal Praia Grande, falou dessa comemoração de 34 anos “de luta”. Atualmente, o grupo está com 40 componentes entre tocata e pares dançantes. “A Casa de Portugal foi fundada e reza em seu estatuto manter o grupo folclórico. A Casa existe em virtude do grupo folclórico, e a simbiose existe, o grupo existe pela casa e a casa pelo grupo, e graças a Deus todas as diretorias que passaram nesses 34 anos sempre batalharam muito pelo grupo”.
Sobre repertório, Toninho diz que o folclore de Portugal é muito rico. “Tem muita coisa para ser vista. Algumas regiões tem mais destaque, é o caso do Minho, e dentro do Minho tem Santa Marta e Meadela são os de mais destaques. Temos muita coisa a ser feita ainda pelo folclore de Portugal”.
Em primeira mão, ele ainda confirmou que o lançamento do segundo CD do grupo vai ser no próximo dia 24 de setembro, “onde recolhemos músicas praticamente de norte a sul de Portugal, e a nossa preocupação foi gravar músicas que ainda não tinham sido gravadas no Brasil”, diz Toninho sobre o novo trabalho com 17 faixas e com toda parte de estúdio já finalizada.
Tendo como ensaiadora a Renata Fernandes, o grupo luta para manter todo o trabalho já feito e garantir o futuro dessa tradição portuguesa, e conta com as crianças para renovar e manter esse futuro. “Eu estou no folclore há 25 anos, já sou veterano, lutamos para que os jovens venham para podermos manter isso e manter essa chama acesa sempre. Hoje nós concorremos com uma série de coisas que antes não tínhamos, a tecnologia por exemplo, que o jovem curte muito mais, e dentro do folclore eles têm que deixar seus divertimentos para vir aos ensaios, então não é muito fácil manter isso, mas até agora temos conseguido, tomara que por mais 34 anos e assim por diante”.
Ao comentar sobre os amigos do Verde Gaio, Toninho disse ser adepto da confraternização no folclore. “Quem me conhece sabe que sou adepto a união dos grupos, essa coisa de rivalidade, eu tenho um conceito, quem está olhando debaixo é quase tudo igual, um dança mais rápido outro menos, mas todos tem o mesmo intuito que é a bandeira de Portugal. Se nós não nos valorizarmos e nos juntarmos é aquilo, uma concorrência que acaba não levando a lugar nenhum”, finalizou ele que no palco anunciou uma novidade, uma parceria com folcloristas do Tricanas de Coimbra, que é de Santos, para ambos terem folcloristas de ambos os grupos dançando juntos nos eventos, e nesta noite já tinham componentes de ambos no palco.
A festa “Quinta dos Navegantes” é tradicionalmente comemorada no mês de junho, mas este ano a casa resolveu não realizá-la neste período e juntou a esse aniversário aproveitando o tema. Para esta noite, a casa adquiriu 130 quilos de sardinha portuguesa preparadas na brasa e parte no forno. Com uma equipe de cozinha de oito pessoas elogiadas pelo presidente que termina a sua gestão no final deste ano, com pretensão de “passar o bastão”.
“Na realidade há um pessoal aqui trabalhando, são os mesmos que vão se revezando. As instituições hoje estão carentes de Logo_Galeria-de-Imagensrenovação, e as pessoas da colônia estão com mais idade e os filhos vão hoje para outras bandas. É uma pena mas é a evolução dos tempos, a miscigenação vai acontecendo e as pessoas tradicionais vão indo para outro planeta”, disse o Danilo Gonçalves que conta com a locação do salão de festas para particulares para manter a entidade, além das festas tradicionais portuguesas como aniversário da casa e as festas típicas portuguesas que são realizadas durante o ano.
Na presença de vários ex-dirigentes e ex-presidentes da Casa de Portugal, o presidente comentou: “O público é sempre o mesmo [nos eventos], e espero que as mesmas pessoas continuem unidas aqui por muito tempo”.

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