Casa das Beiras celebra 58° aniversário de fundação

A composição da mesa solene, com muita autoridades e convidados, durante o aniversário de fundação da entidade. Foto: Igor Lopes

Por Ígor Lopes

José Henrique, presidente da Casa das Beiras, e Antônio de Almeida lima, cônsul-geral de Portugal no Rio, durante sessão solene.

A Casa das Beiras celebrou, no dia 21 de novembro, 58 anos de existência. Localizada no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, a casa portuguesa se mostrou cheia de energia para continuar promovendo a cultura portuguesa em solo brasileiro.
O evento foi marcado por uma sessão solene que reuniu alguns presidentes das casas portuguesas do Rio, entre outras autoridades importantes no seio da comunidade lusa. Quem presidiu a cerimônia foi o cônsul-geral de Portugal no Rio, Antônio de Almeida Lima. Mas o discurso maior ficou por conta do orador Rui Patrício, da Academia Luso-Brasileira de Letras.
O acadêmico discursou por mais de uma hora, deixando clara a importância do povo beirão na afirmação de Portugal. Rui Patrício dedicou boa parte do seu pronunciamento falando sobre a história da região das beiras, do papel de relevo dos beirões e citou nomes de peso em Portugal, nascidos nessa região, que teriam marcado a história do país, como Salazar, Marquês de Pombal, Aquilino Ribeiro e Pedro Álvares Cabral.
Por sua vez, o presidente da Casa das Beiras, José Henrique Ramos da Silva, ressaltou ao Mundo Lusíada a “fibra e a garra” dos beirões e recordou que, após a fundação da casa, muitas barreiras foram ultrapassadas, o que ainda hoje acontece. “Temos muitas dificuldades. Mas somos um povo bastante unido e, por isso, esta casa está comemorando 58 anos”, enalteceu o presidente.
José Henrique admitiu que, para se manter viva, a casa vai promover várias ações culturais e artísticas no ano que vem. “Estamos trazendo um projeto que visa a homenagear, na parte artística e cultural, algumas personalidades da comunidade portuguesa. Outro aspecto que o nosso departamento cultural quer realizar é voltar a apostar nos encontros com outros povos, como a cultura italiana, japonesa, e etc., aqui na casa”, comentou o responsável.
Na opinião do embaixador Antônio de Almeida Lima, a presença das casas regionais portuguesas no Rio “é a prova de que existem portugueses e luso-brasileiros que não desistiram de manter e de lutar pela afirmação de uma identidade própria que tem raízes muito especificas”.
O diplomata acredita que deve ser feito um esforço para que as origens não se percam. “Esta relação com as raízes têm que ser renovadas através do convívio com os seus concidadãos”, frisa o cônsul português, que aproveitou para mandar um recado para todas as casas portuguesas.
“É importante que continuem a manter essas casas. Temos que ter a confiança de que os tempos de hoje são diferentes do que foram há alguns anos atrás, quando havia uma forte imigração portuguesa. Portanto, havia muita gente portuguesa em busca de lugares de convívio. Agora, as novas gerações têm outros lugares de encontro, com brasileiros, já que estão bem integrados. Isso torna mais difícil a gestão dessas casas. Esse desafio está posto às gerações atuais”, finaliza Antônio de Almeida Lima.
No domingo, dia 20, as celebrações começaram com uma missa na igreja São Francisco Xavier, na Tijuca. No início da tarde, houve espaço para um almoço na sede da Casa das Beiras, com direito a bacalhau a Gomes de Sá, Salpicão e apresentação da banda Aeroporto.

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