Aumento da imigração ajuda a solucionar déficit demográfico em Portugal

Da Redação
Com Lusa

Nesta segunda-feira, o coordenador do Observatório da Emigração, Rui Pena Pires, considerou, na apresentação do Relatório da Emigração 2017, que a subida do número de trabalhadores estrangeiros em Portugal vai ajudar a solucionar o déficit demográfico.

“Este ano, segundo os nossos cálculos, terão saído de Portugal cerca de 90 mil pessoas, o que acentua a tendência de descida da emigração; é provável que esta tendência de descida se mantenha se a economia portuguesa continuar a comportar-se como até agora”, disse Rui Pena Pires, durante a apresentação do Relatório da Emigração 2017, no Palácio das Necessidades, em Lisboa.

“Como também temos assistido a uma subida importante e significativa da imigração, é provável que a imigração deixe de ser parte do problema do déficit demográfico, e passe a ser parte da solução”, vincou o coordenador do documento, entregue na Assembleia da República.

De acordo com o documento, cerca de 90 mil portugueses emigraram em 2017, menos 10 mil do que em 2016, com o Reino Unido a manter-se o principal destino.

O relatório, que compila dados relativos a 2017 nos países onde estão disponíveis, refere que “a emigração portuguesa continua numa tendência de descida sustentada” fortemente relacionada com “a retoma da economia portuguesa, sobretudo no plano da criação de emprego”, e “descida do desemprego”, com a “revitalização do mercado de trabalho”.

Esta tendência, segundo o relatório, elaborado pelo Observatório da Emigração, explica-se ainda pela “redução da atração de países de destino como o Reino Unido, devido ao efeito ‘Brexit’, e Angola, devido à crise econômica desencadeada com a desvalorização dos preços do petróleo”.

A descida registra-se desde 2013, quando atingiu o pico de 120 mil, o máximo deste século, passando para 115 mil em 2014, 110 mil em 2015 e 100 mil em 2016.

Apesar da queda acentuada de 26% relativamente a 2016 (30.543), o Reino Unido continua a ser o principal destino dos portugueses, com 22.622 entradas em 2017, “a uma muito grande distância dos outros destinos mais relevantes”.

Entre as maiores descidas, está também Angola, com uma queda de 24% entre 2016 e 2017 (de 3.908 para 2.962), mas ainda assim apenas metade da descida registada em 2016 face ao ano anterior (quando passou de 6.715 para 3.908).

A queda no número da entrada de portugueses registrou-se ainda na Suíça (-8,6%), pelo quarto ano consecutivo, passando de 10.123 em 2016 para 9.257 em 2017, bem como para a Austrália e a Noruega, embora os valores absolutos sejam muito mais baixos.

Segundo o Observatório, devido a alterações e correções nas estatísticas alemãs e francesas, “é neste momento difícil medir com rigor a evolução recente da emigração para dois dos principais destinos da emigração portuguesa, que no entanto deverá estar em franca redução no caso francês”.

Depois do Reino Unido, os principais destinos da emigração portuguesa são a Alemanha, França, Suíça e Espanha. Fora da Europa, os principais países de destino da emigração portuguesa integram o espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola (3 mil, em 2017), Moçambique (mil, em 2016) e Brasil (mil em 2015).

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