Arouca cultiva tradição saborosa no Rio

Por Ígor Lopes
Mundo Lusíada

A diretoria do clube reunida, junto ao presidente Marcelo Brandão (4E). Foto: Ígor Lopes

Muito sabor, música e alegria. Foram esses os ingredientes do festival de Queijos e Vinhos, no Arouca Barra Clube, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no último dia 9. O tom da festa foi dado pela banda Típicos da Beira. No palco, houve lugar ainda para uma atração internacional: o Grupo de Cantares de Vila Chã de Sá, da região de Viseu, em Portugal.
Segundo Marcelo Brandão, presidente do Arouca, “esse festival é tradicional em Portugal. É um evento visto pela comunidade como imprescindível na programação de qualquer casa portuguesa. É uma das festas que fazemos questão de manter e é também uma forma de mostrar que queremos continuar as tradições”.
Quem participou provou cerca de 15 tipos de queijos e teve acesso à aproximadamente 12 variedades de vinhos portugueses, verdes e maduros.

Servir de exemplo

Essa e outras festas ajudam a manter as contas do clube em dia. Para Marcelo Brandão, o fundamental é fazer com que o clube “consiga ser auto-sustentável, sem depender de apoio e ajudas externas”. Apesar das dificuldades, o objetivo é seguir em frente.
“Queremos reativar o convívio social no clube e trabalhar com um foco muito grande no esporte, não só para portadores de deficiência, mas também em outros esportes, e continuar promovendo a cultura portuguesa”, sublinha Marcelo Brandão, que afirma que o Arouca pretende ser “um clube vencedor e servir de exemplo para outras casas”.

Redução de custos

Sobre a polêmica da fusão das casas portuguesas, tópico que motivou muitos comentários no perfil do Mundo Lusíada na rede social Facebook, Marcelo Brandão diz acreditar na “renovação da comunidade”, mesmo assim, reitera Marcelo, “acredito numa fusão de estruturas e não de casas”, em que clubes menores utilizariam a estrutura de clubes maiores na realização dos seus eventos, com o intuito de “reduzir os custos de uma maneira global”.
“Todos continuarão tendo a sua representatividade e com custos muito menores e com vida social do mesmo jeito”, afirma este responsável.

Sem desistência e com preconceito

Jovem, com apenas 40 anos de idade, Marcelo segue já no seu segundo mandato – que termina em 2013 – à frente do Arouca Barra Clube. Com uma visão futurista em relação ao clube, Marcelo confessa que no início dos seus trabalhos sofreu um certo preconceito.
“Algumas pessoas de mais idade acham que o que elas fizeram é que foi correto, mas as pessoas acabaram vendo que, mesmo com erros e acertos, o meu trabalho foi bom para o clube”, desabafa o presidente, que enfatiza que conseguiu “aproximar as pessoas” e que o mais importante é “não desistir e seguir até o fim”.

A sombra dos impostos

Mas nem tudo são flores. Por estar localizado numa região nobre da cidade do Rio de Janeiro e por ter ficado algum tempo sem pagar o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), o clube português tem uma dívida astronômica com a prefeitura do Rio, um valor tão alto que nem o patrimônio do clube conseguiria suportar.
“Esse é um dos grandes problemas desse clube. Há alguns anos atrás deixaram de pagar o IPTU, não sei porquê. Hoje, temos uma dívida impagável, que o patrimônio do clube não cobre. Então, estamos ingressando com um processo de isenção de IPTU. E estamos negociando junto à prefeitura o uso das nossas instalações por escolas municipais, para que possamos ceder as nossas instalações para fazer um trabalho social e, assim, compensar esses débitos anteriores. Estamos no meio dessa negociação porque realmente o IPTU é caríssimo nesta localidade”, explica Marcelo Brandão.

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