Ainda é possível planejar imigração legal mesmo com pandemia

Da Redação

Quem teve planos de imigração adiados por causa da pandemia de coronavírus já pode retomar o planejamento para concretizar a viagem, segundo especialistas da área.

Após uma paralisação necessária de voos e outros deslocamentos para prevenir a proliferação da doença, alguns processos foram retomados, ainda que em ritmo mais lento.

“Depois da fase inicial de adaptação, alguns processos voltaram a andar. Isso ocorreu, por exemplo, nos EUA, porque as pessoas responsáveis pelas impressões digitais não podiam fazer esse trabalho. O país estabeleceu essa restrição por um mês e alguns dias, assim como na Europa, que agora tem restrições para entrada de cidadãos de vários países, entre eles o Brasil, enquanto os números de casos não baixam de forma consistente. Mas isso não é necessariamente relativo à imigração, são apenas restrições temporárias para conter a contaminação”, explica Marcelo Godke, mestre em Direito pela Columbia University School of Law e socío do escritório Godke Advogados, especialista em vistos de imigração.

As principais mudanças no andamento dos pedidos são prazos demorados e restrição de circulação. É preciso verificar os casos específicos, mas, em geral, é possível entrar nos países.

“Em Portugal, o atraso para concessão de visto pode chegar a nove meses, assim como nos EUA está sendo mais complexo obter o green card porque a interpretação das leis de imigração está mais complexa. Mas quando a crise tiver menos força, os empregos voltam a ser criados aos poucos e algumas dessas restrições serão retiradas”, destaca ele.

Quem tem graduação, currículo extenso e busca oportunidades para carreira, filhos e família pode se credenciar para fazer a imigração.

Os números mais recentes do Departamento de Imigração norte-americano mostram que os EUA emitiram 4.458 vistos em 2018. Até 2014, o número de concessões não passava de dois mil ao ano.

Em Portugal também houve aumento em 2018: 480.300 estrangeiros no país, sendo que 105.423 eram brasileiros, 29,7% a mais em comparação a dois anos antes, quando o total era de 81.251.

Ainda que a situação não esteja normalizada, já é possível reiniciar ou começar procedimentos para imigração legal. “Mesmo no caso dos EUA, em que há mais entraves, seria interessante tratar dos trâmites agora por uma questão prática. Pode-se dar entrada no processo agora e, mesmo que ele vá sendo encaminhado mais devagar, já estará bem encaminhado quando a crise for amenizada”, aconselha ele.

O processo pode ser mais rápido para quem pode investir no país pretendido: em Portugal, adquirir imóveis de mais de 500 mil euros ou ter um contrato de trabalho definido são algumas alternativas; nos EUA, uma das formas é investir uma quantia em áreas consideradas menos privilegiadas em território americano, conhecidos como Targeted Employment Areas (TEA). O valor mínimo inicial é de 900 mil dólares.

Na última semana, o serviço de processamento de todas as tipologias de vistos nacionais foi retomado e já está disponível no portal e-Visa, anunciou o Ministério português dos Negócios Estrangeiros (MNE), em comunicado.

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