Odair Sene | Mundo Lusiada
Uma grande festa foi promovida na sede do Clube de Portugal do Grande ABC, no último dia 19 de março. Foi a comemoração de 21 anos da entidade, que se iniciou às 12 horas e se estendeu a tarde toda, trazendo desde celebração religiosa até folclore português.
O clube esteve lotado para mais um aniversário da associação, localizada no bairro Paraíso, em Santo André, e recebeu folcloristas e público em geral de diversas associações portuguesas de São Paulo, ABC Paulista e baixada santista.
Esteve presente ainda o Pe. Antonio Maria, para a celebração da missa e inauguração do oratório, nas dependências do clube, uma obra arquitetada pela Lara Marchesi, ligada a diretoria da entidade. Na oportunidade, o padre doou uma imagem de Nossa Senhora de Fátima que ficará permanentemente na pequena capela construída no clube. Uma das passagens abordadas pelo padre durante a missa foi o uso da imagem, o porquê e até aonde seu uso é correto, além de citar textos bíblicos falando de bons e falsos textos.
Ao Mundo Lusíada, o padre luso-descendente parabenizou o clube por mais um ano, também um a mais em que o padre celebra a missa em ação de graça. “Esta casa portuguesa é uma casa minha também porque além de ser filho de português e me sentir muito português, essa casa me dá apoio nas Obras do Amor Maior” disse o padre sobre o almoço anual promovido no clube destinado a creche do Pe. Antonio Maria, o que, segundo ele, é uma “tábua de salvação porque nos ajuda a pagar o 13º salário dos funcionários”.
Após o almoço, onde foi servida a tradicional bacalhoada, os convidados assistiram a apresentação do Trio Volpi, mais uma vez presente no evento do Clube de Portugal do ABC. Seguindo as apresentações, o Grupo Folclórico Pedro Homem de Mello esteve se apresentando ao público. O clube promoveu ainda muitos sorteios, antes do encerramento do evento com a tocata do grupo folclórico e o corte do bolo de 21 anos do clube.
Secretário da Prefeitura participa do almoço
Ao Mundo Lusíada, Salles parabenizou o clube e a comunidade que o mantém. “Eu tive oportunidade de estar em outras ocasiões no clube mas hoje está coroando com os 21 anos que demonstra a maturidade do clube. Maravilhoso, bem cuidado, feito por pessoas que amam a comunidade, então me sinto orgulhoso em estar presente nesse momento em que está o Pe. Antonio Maria, que fez uma missa maravilhosa. Enfim, a sociedade portuguesa nessa oportunidade unida no ABC em torno daquilo que a gente tem de melhor que é a valorização da família”.
O secretário de comunicação da Prefeitura de São Bernardo do Campo, Raimundo Salles (1º esq), também esteve presente no evento de aniversário do Clube de Portugal do ABC, na foto com Nilton Spindola, Nelson Santos e Davi Rito
Segundo ele, a união da comunidade em torno da família e princípios éticos merece prestígio. “Acho que ela [a comunidade portuguesa] corresponde ao sentimento de brasilidade. Se nós brasileiros temos esse calor humano, esse amor ao próximo, essa visão humanística do mundo, vem da origem portuguesa. Por isso estou muito satisfeito de estar com os amigos portugueses aqui”.
Religião: O uso de imagens no catolicismo
A Primeira Leitura da missa deste domingo diz que não se deve adorar imagem daquilo que está na terra, no mar, no céu e se prostrar adorando esses deuses, segundo disse o Pe. Antonio Maria. “Está muito claro que Deus não proíbe a confecção de imagens para que o povo represente Deus, mas para que o povo adore essas imagens como deuses”.
A questão sobre o uso da imagem, muito discutida entre cristãos, parece ser vista pelo povo de forma errada, para o padre. “Deus não proíbe as imagens que nos lembre Ele e as coisas Dele. Ele mesmo mandou que Moisés fizesse uma serpente de bronze e que fosse colocada numa haste para que as pessoas que fossem mordidas pela serpente do deserto, olhando para a serpente de bronze eram salvos. Mais tarde, Jesus vai usar essa mesma imagem, dizendo ‘Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, Eu serei levantado e atrairei todos a mim’”.
A imagem de Nossa Senhora, explica o sacerdote, tem o mesmo efeito de uma fotografia de um ente querido, que faz as pessoas se recordarem da pessoa amada. “Nós católicos não adoramos imagens e elas não são deuses falsos para nós, são imagens, como a própria palavra diz. Se destruirmos as imagens teríamos que nos destruirmos porque nós somos criados a imagem e a semelhança de Deus”.