10 de Junho: Mensagem do Presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de SP

Presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de SP, Antonio de Almeida e Silva. Foto: Arquivo/Mundo Lusíada
Presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de SP, Antonio de Almeida e Silva. Foto: Arquivo/Mundo Lusíada

Caros amigos:

Em junho, no dia 10, festejamos com orgulho e júbilo justificáveis, a data magna da nação portuguesa. É o “Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas”.

Sob a égide do imortal poeta da raça Lusitana, Luiz Vaz de Camões, efetivam-se festividades em todas as Comunidades Portuguesas, espalhadas pelo mundo, representando esta figura histórica, verdadeiro símbolo da identidade nacional.

E, sob sua inspiração, tais comemorações ganham uma dimensão que transcende a simples celebração de uma efeméride, para se constituir num verdadeiro apelo à consciência a aos sentimentos de todos os portugueses espalhados pelos diversos cantos do mundo.

Como salientou o escritor Frederico Perry Vidal, “Portugal, Camões e as Comunidades Portuguesas no mundo são realidades de tal forma expressivas, na sua riqueza moral intrínseca e no seu transcendente significado humano, que jamais qualquer de nós pode aceitar encará-las com indiferença passiva, despojada de uma profunda vibração de alma.”

Realmente, continua viva e eficaz, a figura símbolo de Camões, como ponto de união de todos os portugueses de ontem, de hoje e de sempre! Afonso Lopes Vieira, escritor estruturalmente lusíada, ao referir-se a Camões, escreveu: “Camões não é apenas o maior, mas também o mais moço dos poetas portugueses, porque é a mais viva encarnação do espírito português, não só nas suas obras, mas também no seu pensamento e na vida que o animam. Realmente, é certo que Camões representa, como tipo humano, o português de todos os tempos!”

E, dentro deste diapasão, é que devem ser compreendidas as comemorações que se efetivam todos os anos.

Basicamente, o 10 de junho, é Dia Nacional, no qual o papel pujante do homem lusíada é colocado em relevo, servindo para estabelecer uma corrente de amor, saudade e fé entre milhões de portugueses que um dia tiveram que deixar o seu país, e que hoje constituem Comunidades que são verdadeiras referências.

Não se pode ignorar o trabalho que estas Comunidades exercem, nos países de acolhimento, contribuindo, dia a dia, mês a mês, ano a ano, com a construção de uma imagem forte do nosso país e do nosso povo, e que tem dignificado o conceito de ser português, que para onde foi amealha o dinheiro da honradez, “que dá filhos ao estrangeiro que choram em português”, como escreveu César de Oliveira.

Aos governos cabe compreender, definitivamente, que as Comunidades Portuguesas são uma vertente estratégica da nossa política externa e como tal devem procurar um conjunto de objetivos que materialize esse conceito na área política, econômica e cultural, que dinamize os vínculos que unem Portugal e suas Comunidades, permitindo ao país projetar mais e melhor a sua imagem e interesses vitais, que facilitem o estreitamento dos laços de amizade e colaboração com os países que acolheram, ao longo dos anos, tanto dos nossos compatriotas.

O conhecimento recíproco e a aplicação efetiva do princípio da igualdade de direitos entre portugueses residentes e não residentes, vão contribuir progressivamente para o desaparecimento de quaisquer fronteiras e a eliminação de injustiças, de modo a que todos os portugueses, os da Europa, da África, da América, da Ásia ou da Oceania, se sintam cidadãos plenos da pátria portuguesa.

Nesse sentido, qualquer governo, não importando a sua cor ideológica ou partidária, que não observar essa premissa estará governando de forma absolutamente parcial e, portanto, incompleta. Deve, sim governar com os olhos postos em todas as direções do mundo onde estejam os nossos emigrantes.

Portugal precisa estabelecer relações assíduas, normais e eficazes com as suas Comunidades, dando-lhes apoio, intervindo no espaço que lhe é concedido nas relações com os países de acolhimento e aproveitando o esforço, a experiência e criatividade dos seus filhos pelo mundo espalhados.

Por isso, estas comemorações do “10 de junho” servem, sobretudo, para por em evidência á vocação universal do povo português, outorgando-lhe invejável dimensão moral que, muito justificadamente, orgulha á todos nós.

ANTONIO DE ALMEIDA E SILVA
Presidente do Conselho da Comunidade Luso-Brasileira de São Paulo

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