Portugal – Voltar à casa dos pais

Na nossa existência tudo são expectativas e se realmente ou por coincidência algum luso-descendente tiver o privilégio de viajar à Portugal, com certeza será premiado em sua existência. E foi exatamente o que aconteceu com a minha pessoa, que por duas vezes já estive na terra sacrossanta dos meus queridos pais.

É muito emocionante fazer o regresso à querida terra dos nossos antepassados, tudo é maravilhoso, a emoção é contagiante. Tudo que for referências estão por lá. Do centro ao norte e sul do país, com certeza estão por lá, e existe uma riqueza em tudo, a conservação do passado é um estímulo ao visitante e mais ainda ao luso-descendente, mormente para este, que foi lá para sentir, ver, espelhar aquilo que o seu interior, o seu âmago, o seu DNA preservou no andamento da eternidade.

Chegar, no meu caso, à Trás-os-Montes, precisamente em RIO FRIO/BRAGANÇA e em CARÇÃO/VIMIOSO, terras de minha Mãe e meu Pai, ver aquelas aldeias, aquelas freguesias é por demais emocionante, olhar as casas dos meus pais que após 100 anos ainda está lá, como a deixaram, ninguém neste mundo pode resistir e lágrimas e lágrimas rolaram pela minha face. Eu ali, um brasileiro, luso-descendente e só agora pude ter a minha dupla nacionalidade, é muita emoção, aquela gente maravilhosa querendo saber quem era a minha pessoa, quais os apelidos familiares, os abraços de pessoas que a gente nem sabe quem são é por demais emocionante.

Tudo ali são saudades de um tempo que passou e não volta mais, os meus pais vieram para o Brasil no ano de 1911 e 1912, e jamais lá voltaram, e eu tive esse privilégio de lá voltar, com certeza por obra Divina, porque eles sempre sonharam com isso, mas as circunstâncias da existência não permitiram.

Todas as regiões do eterno Portugal são maravilhosas, e um brasileiro luso-descendente sente-se maravilhado com tudo ao visitar Portugal, todas as nossas referências estão certamente por lá. É um país maravilhoso com gente hospitaleira em todo lugar, a educação no falar, no receber, no responder às nossas perguntas, isso é a essência desse povo.

Quem visita, por exemplo, COIMBRA, que é a “Capital da Cultura Nacional Portuguesa” fica eletrizado, com a sua biblioteca com 300 mil livros, seus prédios, sua universidade centenária que data do ano de 1260 da nossa era, tudo é maravilhoso, o famoso Rio Mondego de tanta tradição nos fados de Coimbra, é verdadeiramente emocionante.

Quem visita Óbidos e já visitou no Brasil Ouro Preto, é excitante com tanta recordação dos nossos povos, Sintra a maravilha portuguesa com seus palácios. Lá em Trás-os-Montes, a terra invencível na qual os romanos não conseguiram vencer, está o seio do Portugal Eterno, um povo guerreiro que trás no seu âmago a luta eterna, a invencibilidade do ser lutador, e que com certeza uma das maravilhas do Patrimônio Mundial, reconhecida pela Unesco, deixa tudo emocionante.

Após essa caminhada em todo Portugal, o sonho de VOLTAR À CASA DOS PAIS foi concretizado e o mais emocionante de tudo que ficou gravado para todo sempre foi que, de joelhos, beijei as terras sagradas de Rio Frio e Carção, e tenho certeza absoluta que todos os descendentes dessas terras maravilhosas também o fizeram e o fazem, para glória do nosso QUERIDO e ETERNO PORTUGAL.

De Trás-os-Montes sou descendente,

Um povo alegre e muito valente.

De Rio Frio, perto de Bragança

Que de Carção logo se alcança!

 

De Eras trasmontanas eu vim,

Na transmissão dos corpos sem fim.

Sou respaldo emanado de um ato

e do seio trasmontano sou de fato!

 

Trás-os-Montes nosso condão,

Terra eterna de nosso coração

Desse rincão faço parte,

Do fado, do folclore e toda arte!

 

Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.

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