FADO Expressão máxima do coração lusitano

Segundo os mestres musicais e da poesia, o FADO é a expressão cantada de um estado de alma, melancólico ou alegre, de elogio ou de sátira e o nome deriva da palavra do latim “FATUM”.

No século 19, uma cantora do povo, a Maria Severa, apareceu com o seu canto emocionante e no estilo cigano e com isso apaixonou o 13º Conde de Vimioso. Ela foi musa inspiradora dos futuros fadistas, pois que, uma cantadeira cigana trazia na alma a emoção sentimental de um povo, sendo portanto, a “Severa”, a mais célebre interprete do Fado em todos os tempos e em nossa época pela Amália Rodrigues.

Segundo o dicionário brasileiro da Língua Portuguesa, Fado significa: Sorte, destino, fadário, aquilo que tem que acontecer, canção portuguesa, dolente, alusiva aos trabalhos da vida, música e dança dessa canção e fadista é seu interprete. Fadário é fado, sorte, destino, vida apoquentada, trabalhosa e lida incessante e Fadejar, cumprir seu destino, seu fadário, tocar e cantar à maneira do Fado.

Sempre dizem que a alma portuguesa é triste, mesmo porque na realidade o fado é um lamento triste. Alguma coisa veio dos “mouros”, que cantavam o lamento longe de suas terras africanas, onde eles nas noites cinzentas do inverno lisboeta juntavam-se nas tabernas e ali surgiam as músicas e seus lamentos e aliando-se ao cantar lusitano, derivou o lamento para os maravilhosos fados que hoje assistimos sempre.

Evidentemente, a “Mouraria”, como a própria palavra diz deriva dos “mouros” certamente é o ponto máximo da representatividade da expressão máxima do Fado, quando pensamos no fado.

O turista e o visitante sempre pode desfrutar de uma noite de fados, isso sempre acontece em quase todas as cidades portuguesas e em LISBOA podemos citar um “Restaurante Típico A SEVERA”, bem como, o Restaurante típico de Fados “FAIA” e também podemos mencionar na cidade do PORTO,  o Restaurante “CASA DA MARIQUINHAS”, todos proporcionando uma noite espetacular de lindos fados.

Todos esses restaurantes tem os seus próprios “Modus-vivendus” e uma homenagem com letra de João de Freitas e música de Nuno de Meireles, um elogia ao restaurante A SEVERA-

(I -Quem vier visitar o Bairro Alto- P’ra ouvir essa canção sempre sincera- Não poderá passar sem dar um salto- Ao Restaruante Tipico “A Severa”. Depois de estar na sala, bem sentado- E a comer um petisco saboroso -Ouve lindas canções e o nosso Fado -Mas o Fado castiço e rigoroso. Vem o Estribilho: Severa…Severa…Severa… Já toda gente apregoa- Que é nesta linda Lisboa- Um restaurante afamado- Severa-Severa-Severa- um nome, um padrão de glória- Que está gravado na história- Do nosso tão lindo fado.

2- Todo aquele que quiser, pode cantar- Mostrando a sua voz nas desgarradas- Com certeza fora ao retirar- Que as noitadas aqui são bem passadas…. E depois p’lo caminho irá pensando… Voltar outra vez cá, ó quem me dera… E decerto baixinho vai cantando, O estribilho da Marcha de “A Severa”.

Como o Brasil é um imenso Portugal, existem centenas de casas de Fados pelo Brasil afora, em São Paulo, além de muitas casas de fados podemos citar 3 delas que são maravilhosas, o “ALFAMA DOS MARINHEIROS” na Rua Pamplona, no Jardim Paulista, o “PORTUCALE” na Rua Nova Cidade, no Itaim, às bordas de Moema, e o “CAIS DO PORTO” dentro da área social da Associação Portuguesa Desportos.

Um dos “Fados” mais bonitos que tivemos oportunidade de ouvir foi o “FADO DA MOURARIA”, que com as suas 2 partes e estribilho nos faz sonhar com todo encantamento possível:

FADO OH ! MEU TRISTE FADO, ÉS COMO EU TRISTE E FATAL. TENS A DOR DE UM TORTURADO, TU ÉS CANTANDO E DECLAMANDO, PELA VOZ DE PORTUGAL! Estribilho: NÃO CONHECE A MOURARIA, QUEM PASSOU POR ELA UM DIA. E LÁ DENTRO NÃO FICOU, QUEM LÁ DENTRO TER AMADO, TER SOFRIDO TER CHORADO, PORQUE UM DIA LÁ PASSOU!

DISFARÇA MEU SOFRIMENTO, GUITARRA AMIGA- EU QUERO NESTA CANTIGA- MINHAS MAGOAS SOLTAS AO VENTO- NÃO QUERO PORQUE NÃO QUERO- QUE OUÇAS OS MEUS AIS. OH FALSA DE OLHOS FATAIS, POR QUEM SOFRO E DESESPERO!

O Fado é honra é glória do nosso querido e Eterno Portugal!

 

Adriano Augusto da Costa Filho
Membro da Casa do Poeta de São Paulo, Movimento Poético Nacional, Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores, Academia Virtual Poética do Brasil, Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, Associação Paulista de Imprensa, Associação Portuguesa de Poetas/Lisboa e escreve quinzenalmente para o Jornal Mundo Lusíada.

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