Viana: Ouro e poema inspiram tapete em honra da Senhora da Agonia

Da Redação
Com Lusa

O ouro e o poema “Havemos de ir a Viana” inspiram o tapete em honra da Senhora d’ Agonia que os moradores na rua principal da ribeira de Viana do Castelo vão criar de 19 para 20 de agosto.

Na “noite dos tapetes”, como é localmente conhecida, os 150 metros de comprimento e três de largura da rua Góis Pinto, vai ser coberta com cerca 15 toneladas de sal, tingido de amarelo e azul.

“O amarelo vai dar cor aos desenhos que retratam o ouro que as nossas mordomas carregam ao peito e o azul, o nosso mar e o Traje de Dó (utilizado em momentos de luto familiar, ou quando algum familiar ia para o estrangeiro, simbolizando a dor pela separação)”, explicou Miguel Lima.

Pelo meio, encaixarão “excertos” do poema de Pedro Homem de Melo. Os moldes, em papel, com partes do texto de “Havemos de ir a Viana”, que a fadista Amália Rodrigues imortalizou, serão colocados no pavimento e preenchidos com sal “dourado e azul”.

Os temas escolhidos para o tapete deste ano “foram sendo pensados, meses antes, na troca de ideias entre os moradores da rua”.

A confecção dos tapetes de sal em seis ruas da ribeira de Viana realiza-se sempre na noite anterior ao dia da padroeira, 20 de agosto, feriado municipal, mobilizando centenas de pessoas, sobretudo moradores daquela zona da cidade.

No total, segundo números da VianaFestas, entidade que organiza a Romaria d’ Agonia, são utilizadas mais de 30 toneladas de sal na confecção dos tapetes. Como manda a tradição, é por estes tapetes que o andor da Senhora d’ Agonia irá passar no regresso da também típica procissão ao mar e ao rio.

Em 2019, completam-se 51 anos da realização da procissão ao mar e ao rio, em honra de Nossa Senhora d’ Agonia. São milhares de pessoas concentradas para ver e saudar a procissão, envolvendo mais de uma centena de embarcações de pesca e de recreio.

Além da Senhora da Agonia, são ainda transportadas ao mar e ao rio as imagens da Senhora de Monserrate, de São Pedro, da Senhora dos Mares e o de Frei Bartolomeu dos Mártires que, desde 2015, passou a integrar a procissão.

No regresso a terra, os pescadores transportam os andores de novo à igreja de Nossa Senhora d’Agonia, situada no Campo da Agonia, passando pelas ruas da ribeira onde, durante a madrugada, foram confeccionados, manualmente, os típicos tapetes de sal.

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