Ministro destaca “influência” dos 800 portugueses e descendentes em altos cargos públicos no estrangeiro

Da Redação
Com Lusa

O ministro dos Negócios Estrangeiros português destacou “a força de influência” de Portugal que representam os cerca de 800 portugueses e lusodescendentes que ocupam altos cargos públicos no estrangeiro.

Citando o Relatório da Emigração de 2018, apresentado dia 17, Augusto Santos Silva afirmou que naquele ano “havia 793 portugueses, portanto praticamente 800 portugueses e lusodescendentes” que ocupavam altos cargos públicos no estrangeiro para os quais tinham sido eleitos ou nomeados.

Estes cerca de 800 portugueses, explicou o ministro, “ocupavam cargos (…) eleitos, seja ao nível das assembleias parlamentares federais, (…) ou estaduais, seja ao nível de autarquias locais, ou ocupavam cargos públicos de nomeação, membros de governos, membros de governos regionais, (…) de executivos locais, ou membros nomeados por responsabilidade política para órgãos de gestão de escolas, de tribunais, nos Estados Unidos, etc”.

“Esse conjunto de 793 portugueses e lusodescendentes que ocupavam em 2018 cargos eleitos ou cargos públicos ou altos cargos públicos de nomeação representam uma força de influência de Portugal, da cultura portuguesa e dos interesses portugueses que nunca é demais valorizar”, afirmou o governante português, na apresentação do relatório, que contou também com as intervenções da secretária de Estado das Comunidades, Berta Nunes, e do coordenador científico do Observatório da Emigração, professor Rui Pena Pires.

Segundo o relatório, cerca de 80 mil portugueses emigraram em 2018, menos cinco mil do que em 2017, uma descida explicada sobretudo pela quebra da atração de países como Reino Unido ou Angola.

De acordo com o documento, elaborado pelo Observatório da Emigração e que compila dados relativos a 2018, nos países onde estão disponíveis, “a emigração portuguesa continua numa tendência de descida, mas em desaceleração”.

Esta descida deve-se sobretudo à quebra na atração no Reino Unido, pelo “efeito ‘Brexit’”, em Angola, “devido à crise econômica desencadeada com a desvalorização dos preços do petróleo”, bem como na Suíça, mas também à “retoma da economia portuguesa” nomeadamente “no plano da criação de emprego”, refere-se no relatório.

Em termos globais, a tendência “parece indicar” que “as variações do volume da emigração portuguesa dependem hoje mais de mudanças de contexto nos principais países de destino do que da evolução da economia portuguesa”, acrescenta-se.

O número de emigrantes tem vindo a descer desde 2013, quando atingiu o pico de 120 mil, o máximo deste século, passando para 115 mil em 2014, 115 mil também em 2015, 100 mil em 2016 e 85.000 em 2017.

Apesar da contínua redução da emigração para o Reino Unido, este continua a ser o país para onde emigram mais portugueses, com 19 mil saídas em 2018, contra 23 mil em 2017 (menos 16,6%) e verificando-se um decréscimo desde 2015, quando se registou um aumento para 32 mil.

Segundo o relatório, esta redução “explica-se sobretudo pelos receios induzidos pelo ‘Brexit’”, a saída do Reino Unido da União Europeia.

Em 2018, as entradas de portugueses representaram 3% das entradas totais no Reino Unido, o que fez desta emigração a oitava maior para aquele país.

Fora da Europa, os principais países de destino da emigração portuguesa integram o espaço da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola (dois mil), Moçambique (mil, em 2016) e Brasil (mil, em 2017).

No entanto, entre as maiores descidas em 2018, está Angola, com uma queda de 36% face a 2017 (de 2.962 para 1.910), acentuando-se de novo a redução da atração deste destino, sendo ainda assim o nono país para onde mais portugueses emigram.

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