Em Portugal, Partido Comunista apela para “barrar o caminho ao fascismo” no Brasil

Mundo Lusíada
Com Lusa

Neste dia 08, o PCP defendeu que “a possibilidade de barrar o caminho ao fascismo é real”, ao comentar o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais de domingo no Brasil e a vitória do candidato Jair Bolsonaro.

“Hoje como sempre o PCP estará ao lado dos comunistas e das forças democráticas e progressistas do Brasil na sua luta para derrotar o fascismo e retomar e aprofundar o caminho de progresso e soberania iniciado em 2002, com a primeira vitória presidencial de Lula da Silva”, lê-se num comunicado.

O candidato Jair Bolsonaro (PSL) venceu as eleições presidenciais brasileiras deste domingo, com 46,7% dos votos, seguido de Fernando Haddad (PT), com 28,37%, quando estão 96% das secções de voto apuradas, confirmando um segundo turno entre ambos.

Os comunistas destacaram que, “ao contrário da brutal campanha de manipulação da opinião pública, que nos últimos dias apontava para uma vitória de Bolsonaro, este será obrigado a disputar em 28 de outubro uma segunda volta”.

“As ambições da reação golpista que destituiu a legítima Presidente do Brasil [Dilma Roussef] e encarcerou Lula da Silva para impedir a sua candidatura e chegou mesmo ao ponto de não o deixar votar, viram-se para já goradas. Mas o resultado alcançado pelo candidato da extrema-direita, só possível pelos gravíssimos problemas sociais que afetam a grande massa do povo trabalhador brasileiro e a profunda crise das instituições democráticas em que a politização da justiça e a corrupção desempenham papel particularmente importante (…) constitui um perigo que não pode ser subestimado”, lê-se ainda.

Também foi questionada Assunção Cristas, do CDS, que justificou não comentar com o fato de o Brasil ser um país amigo de Portugal. “O que desejamos é que a democracia funcione e que possa haver estabilidade política, num país com quem temos as melhores relações, desejando que sejam estáveis e duradouras”, disse.

A decisão sobre o sucessor de Michel Temer como 38.º Presidente da República Federativa do Brasil ficou adiada para 28 de outubro, com a eleição a ser disputada entre Jair Bolsonaro, o candidato da extrema-direita brasileira, e Fernando Haddad, que substituiu Lula da Silva na liderança da candidatura do PT (esquerda).

Domingo, 147 milhões de brasileiros foram às urnas para escolher um novo Presidente, membros do Parlamento (Câmara dos Deputados e Senado), além de governadores e legisladores regionais em todo o país.

Da Itália

Já o vice-presidente do Governo italiano, Matteo Salvini, celebrou o resultado das presidenciais brasileiras, escrevendo “Também o Brasil muda! A esquerda derrotada e ar fresco” no Twitter, e vaticinando “uma revolução” nas eleições europeias de maio.

O líder nacionalista italiano, que chegou ao Governo como ministro do Interior depois de unir-se com o Movimento Cinco Estrelas nas eleições italianas de março, falou com a líder da extrema-direita francesa sobre o resultado das eleições presidenciais brasileiras, nas quais o candidato nacionalista Jair Bolsonaro foi o primeiro classificado.

Salvini vaticinou que os partidos nacionalistas e de extrema-direita europeus vão conseguir “uma revolução” nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, marcadas para março do próximo ano.

“A revolução do bom senso está a percorrer toda a Europa” e também outros pontos do globo, como o Brasil, disse o governante italiano.

Atrás de Bolsonaro e Fernando Haddad (PT), segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral, no terceiro lugar da contagem ficou o candidato Ciro Gomes (PDT), com 12,52% dos votos contabilizados.

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