“Cada um trata do seu” partido, diz António Costa após conflito no PSD

Da Redação
Com Lusa

O primeiro-ministro, António Costa, recusou-se a comentar a crise interna PSD, afirmando que “cada um trata do seu” partido.

“Sobre os outros partidos, não opino. Cada um trata do seu”, afirmou António Costa, questionado pelos jornalistas sobre a crise interna do PSD.

António Costa falava aos jornalistas, em Mortágua, distrito de Viseu, antes da cerimônia de assinatura do contrato para a empreitada de requalificação do troço do IP3, entre os nós de Penacova e Lagoa Azul.

Há uma semana, o antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro desafiou Rui Rio a convocar eleições diretas antecipadas e assumiu disponibilidade para se candidatar à liderança do partido.

Rio rejeitou o repto de antecipar as eleições – completou no domingo metade do seu mandato, um ano – mas pediu ao órgão máximo do partido entre Congressos – o Conselho Nacional – que renovasse a confiança na sua Comissão Política Nacional, o que aconteceu.

Moção de Confiança

Neste dia 18, o Conselho Nacional do PSD aprovou a moção de confiança à Comissão Política Nacional liderada por Rui Rio, com 75 votos a favor, 50 contra e um nulo, segundo fonte oficial do PSD.

Inicialmente, tinha sido avançado o número de 76 votos favoráveis e 50 contra, que foi posteriormente corrigido.

Votaram 126 conselheiros nacionais, o que totaliza uma aprovação da moção da confiança por cerca de 60% dos votos.

A moção de confiança tinha sido apresentada pelo presidente do partido, depois de o antigo líder Montenegro ter desafiado Rui Rio a convocar diretas.

Rui Rio disse esperar que a partir de agora “remem todos no mesmo sentido”, para ver se o PSD recupera e ganha as eleições, e desejou que possa haver paz no partido.

“Neste momento, já é claro que o PS pode perder as próximas eleições, o que ainda não é claro é que o PSD as possa ganhar. Isso é o que nós temos que fazer, é essa a tarefa que temos pela frente. Metade está feita, o PS pode perder, agora nós temos que construir a possibilidade de a ganhar. E espero que a partir de agora remem todos no mesmo sentido para ver se o PSD recupera”, afirmou.

À saída do Conselho Nacional do partido, que decorreu num hotel do Porto e aprovou por larga maioria a moção de confiança à sua direção, Rui Rio disse que, com este resultado, sai mais legitimado para prosseguir “o caminho de construir uma alternativa ao governo PS”.

“Eu legitimidade para liderar o partido tive sempre porque ganhei as diretas, agora naturalmente face a este tumulto que houve recentemente, este resultado é um resultado importante, porque é um resultado um pouco superior, apesar de tudo, àquele que tive nas diretas. Eu tive cerca de 55% e agora cerca de 60%, portanto, é naturalmente uma ajuda”, sublinhou.

Já Montenegro defendeu que o seu desafio de clarificação “acordou um gigante adormecido” que é o PSD, prometendo reserva nas intervenções públicas quanto às divergências que mantém com Rui Rio.

“Estou de consciência tranquila, disponibilizei-me para o meu país e para o meu partido numa hora difícil. A minha iniciativa teve um efeito inegável: acordou um gigante adormecido”, afirmou Montenegro, em conferência de imprensa num hotel em Espinho (Aveiro), convicto de que “nada vai ficar na mesma”.

Para o antigo líder parlamentar do PSD, o partido terá, a partir de agora, melhores condições para garantir “unidade interna”, “uma oposição firme e efetiva” e concentrar-se em conquistar “uma terceira vitória nas legislativas de forma consecutiva”, que apontou como grande objetivo eleitoral deste ano.

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