Eleições: Secretária das Comunidades admite alternativas a voto presencial

Mundo Lusíada
Com Lusa

Nesta terça-feira, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas mostrou-se disponível para trabalhar no sentido de os portugueses no estrangeiro poderem votar por outros meios além do presencial, o que acredita que iria permitir uma expressão maior da votação dos emigrantes.

Berta Nunes disse concordar com algumas alternativas que têm vindo a ser propostas, como o voto eletrônico ou a introdução do voto por correspondência, como defendeu o Presidente eleito, Marcelo Rebelo de Sousa, no domingo.

A votação nas eleições presidenciais e europeias no estrangeiro só pode ser feita de forma presencial, ao contrário das legislativas, em que é permitido o voto por correspondência.

Nas eleições presidenciais de domingo votaram 27.615 portugueses no estrangeiro, o que representa 1,87% dos 1.476.796 inscritos. Ainda assim, esta votação foi superior ao dobro da registrada em 2016 (13.548).

Desde então, uma alteração legislativa permitiu que ficassem recenseados quase 1,5 milhões de portugueses no estrangeiro, contra os 300.000 até então.

Berta Nunes acredita que se existissem mecanismos que facilitassem o acesso dos portugueses ao ato eleitoral, a votação dos emigrantes e lusodescendentes seria muito maior e garante que é nesse sentido que vai trabalhar.

“Vamos trabalhar no sentido de fazermos com que as nossas comunidades no estrangeiro tenham mais facilidade em votar, principalmente nas presidenciais. O fato de as pessoas terem de se deslocar tantos quilômetros para votar é um impedimento muito grande”, afirmou.

Berta Nunes ressalvou, no entanto, a necessidade de existirem mecanismos de segurança nos processos eleitorais.

Número Duplicado

Segundo comunicado do governo, o número de votos no estrangeiro nas eleições presidenciais de domingo “duplicou” face às eleições homólogas de 2016, faltando ainda falta contabilizar os resultados de três postos consulares.

“O número de votos no estrangeiro para a eleição do Presidente da República duplicou face à última eleição presidencial. Os dados provisórios apontam para 27.615 votos em relação aos 14.150 de 2016”, refere um comunicado conjunto do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Ministério da Administração Interna.

“Este aumento, a confirmar-se uma vez concluído o escrutínio provisório, ainda pendente em três postos consulares, verifica-se também em relação ao número de votantes na eleição para o Parlamento Europeu em 2019, que registrou 13.816”, acrescenta o documento.

Os dois ministérios assinalam que o número de locais de voto foi “o mais elevado desde que há registro” e estes receberam “15 toneladas de material eleitoral”.

Os cidadãos portugueses no estrangeiro puderam votar nos dias 23 e 24 de janeiro em “164 secções de voto em cerca de 145 serviços consulares da rede externa portuguesa”, sublinha o comunicado.

O Governo aponta que os postos consulares onde se registraram maior número de votantes foram, por ordem decrescente, Londres, Luxemburgo, Paris e Macau, e que, “em termos globais”, a Suíça foi o país onde se registrou o maior nome de votantes, seguida de Brasil, França e Reino Unido.

Votação de domingo nos consulados portugueses no Brasil.

No comunicado, os dois ministérios destacaram também que os 5.429 cidadãos portugueses que participaram na votação antecipada no estrangeiro, realizada entre os dias 12 e 14 deste mês em 117 postos consulares, correspondem ao “maior número de que há registro”.

Marcelo Rebelo de Sousa, com o apoio do PSD e CDS, foi reeleito Presidente da República nas eleições de domingo, com 60,70% dos votos, segundo os resultados provisórios apurados em todas as 3.092 freguesias e quando faltava apurar três consulados.

A socialista Ana Gomes foi a segunda candidata mais votada, com 12,97%, seguindo-se André Ventura, do Chega, com 11,90%, João Ferreira (PCP e Verdes) com 4,32%, Marisa Matias (Bloco de Esquerda) com 3,95%, Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal) com 3,22% e Vitorino Silva (Reagir, Incluir e Reciclar – RIR) com 2,94%.

A abstenção foi de 60,5%, a percentagem mais elevada de sempre em eleições para o Presidente da República.

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