Mundo Lusíada com Lusa
O Governo português decretou Dia de Luto Nacional para esta sexta-feira, dia 20 de setembro, anunciou o Ministro da Presidência, António Leitão Amaro, na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, dia 19 em Lisboa.
A decisão expressa, em nome do povo português, o “profundo pesar e solidariedade para com as vítimas trágicas dos grandes incêndios que afetaram Portugal, Centro e Norte do País, durante esta semana”. O Ministro da Presidência salientou o trabalho dos bombeiros que caíram em combate, que “deram vida pelas nossas vidas”.
António Leitão Amaro agradeceu ainda a todos os que ainda combatem os incêndios e garantiu uma resposta rápida na recuperação e o apoio às populações afetadas, incluindo empresas, autarquias, corporações de bombeiros e todos os que sofreram mais de perto os danos destes incêndios.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 124 mil hectares, registando-se o menor aumento diário dos últimos três dias, segundo o sistema europeu Copernicus.
As zonas mais afetadas localizam-se nas sub-regiões do Alto Tâmega, Ave, Região de Aveiro, Tâmega e Sousa e Viseu Dão Lafões, que totalizam 116.211 hectares de área ardida, 93% da área ardida em todo o território nacional.
De acordo com o sistema europeu de observação da Terra Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização do total de área ardida desde domingo chega aos 124.493 hectares.
Em relação ao dia anterior, os dados mostram o menor aumento diário dos últimos três dias, registando-se mais 3.151 hectares de área. Desde terça-feira, arderam, em Portugal continental, perto de 62 mil hectares.
A sub-região de Viseu Dão Lafões é, neste momento, a zona mais afetada pelos incêndios da última semana, contabilizando-se 50.151 hectares de área ardida.
Na Região de Aveiro, arderam, desde domingo, 24.481 hectares, sobretudo nas zonas entre Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Águeda.
Na sub-região do Tâmega e Sousa, que inclui as zonas entre Felgueiras e Marco de Canaveses, o sistema Copernicus contabiliza 22.445 hectares de área ardida, seguindo-se, entre as zonas mais afetadas, as sub-regiões do Ave, com 9.943 hectares de área ardida, e do Alto Tâmega, onde já arderam 9.191 hectares.
A área ardida em Portugal continental este ano totaliza já, segundo o sistema Copernicus, 145.763 hectares consumidos por 169 incêndios significativos (com 30 hectares ou mais de área ardida).
Mortos e feridos
Os incêndios que lavraram nas regiões norte e centro ao longo desta semana provocaram cinco mortos e 177 feridos, 17 dos quais graves, segundo números provisórios avançados hoje pela Proteção Civil.
No ponto de situação sobre os incêndios realizado na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide (concelho de Oeiras), o comandante nacional indicou que dos 17 feridos graves, 11 são bombeiros, e dos 87 feridos ligeiros, 36 são operacionais que estiveram a combater as chamas.
André Fernandes acrescentou que foram ainda assistidas no local dos fogos 72 pessoas, a maioria bombeiros.
Dos cinco mortos contabilizados pelo INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), quatro são bombeiros, segundo o comandante nacional de emergência e proteção civil.
Esta contabilização excluiu duas pessoas que morreram de doença súbita no contexto dos fogos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias.
Os incêndios, que começaram no domingo, atingiram as regiões do norte e centro do país e destruíram dezenas de casas, obrigando ao corte de estradas e autoestradas e ao fecho de escolas.
Os incêndios ficaram hoje controlados.