Que comecem os jogos! Vencerá o melhor?

Por Ronaldo Andrade

Após a definição do nome do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), como pré-candidato do partido a presidente da República – após um confuso processo das prévias tucanas, com problemas de informática no aplicativo inicialmente escolhido e fragmentação interna, que precisará ser cicatrizada – começa a tomar forma a eleição presidencial de 2022, com o estabelecimento dos principais nomes.

De acordo com os institutos que realizam pesquisas (ah, as pesquisas!), o próximo presidente do Brasil será um desses cinco pré-candidatos: o presidente Jair Bolsonaro – que anunciou que vai se filiar ao Partido Liberal (PL) – o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (Podemos), o ex-ministro da Fazenda (atual Economia) e Integração Nacional, Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB).
A não ser que apareça alguma grande novidade – ou ainda a retirada de algum desses nomes no meio do caminho – atualmente esses são os principais concorrentes na corrida presidencial.

Há também nomes como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), a senadora Simone Tebet (MDB), Alessandro Vieira (Cidadania), Cabo Daciolo (Brasil 35), Luiz Felipe D´Avila (Novo) e o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM).

Há ainda a expectativa se o União Brasil (partido formado a partir da fusão do PSL (Partido Social Liberal) e DEM (Democratas), que tem a expectativa de se tornar um importante player dentro do cenário político), vai ter candidato próprio ou se apoiará candidato de outro grupo e/ou composição política.

“Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”. A célebre frase do ex-governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, ilustra bem como é realizado o jogo político, seus acordos e bastidores. Muita água está por rolar por debaixo da ponte, nomeadamente nas possíveis alianças que podem ser feitas, especialmente no campo da chamada terceira via, com a criação de um nome que tentará romper a atual polarização política entre Bolsonaro e Lula.

Respectivamente, Sergio Moro, à direita, e Ciro Gomes, à esquerda, tentarão se colocar como alternativas a quem não seja um novo governo bolsonarista ou a volta do lulismo ao Palácio do Planalto. A princípio, são os nomes que têm mais chances de dar vida à terceira via, que com tantos nomes pode, eleitoralmente falando, não ter nome nenhum, devido à pulverização deste campo político.

Desta forma, começam a surgir hipóteses e balões de ensaio junto ao eleitorado para medir a temperatura política, sempre com olhos às pesquisas eleitorais: Sergio Moro vai se aliar com João Doria? Quem seria o cabeça de chapa e o vice? Os nomes da terceira via vão se unir em prol de uma única candidatura, ou os interesses partidários vão prevalecer, em nome do fundo partidário e nichos de poder? O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), mudaria de partido e seria o vice de Lula?

Como se vê, existem ainda muitas indefinições, em que contam também as questões estaduais, que serão dissipadas à medida que se aproxima as negociações, mudanças de partido e as convenções partidárias, onde de fato acontecem as definições dos nomes e coligações. Ou seja, 2022, no cenário político, promete muitas emoções.

 

Por Ronaldo Andrade
Jornalista e escritor brasileiro

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