O COMBATE AO CORONA VIRUS

Por IVES GANDRA DA SILVA MARTINS e RAUL CUTAIT

A ocorrência da pandemia do corona vírus era algo absolutamente inimaginável neste século XXI e fez com que 2020 se transformasse em um ano de medo e de espantosos estragos na saúde e economia da maioria dos países. Somos dois sobreviventes dessa angustiante infecção, tendo passado por momentos difíceis para vencê-la e, conversando sobre a doença e o que vem acontecendo no país, nasceram algumas reflexões e ponderações.
A primeira delas é constatar que o impacto do vírus não é o mesmo nas várias partes do mundo e que os vários países têm usado estratégias diferentes para conter o avanço dessa nefasta pandemia. Em outras palavras, temos que estar atentos ao que acontece no mundo e adaptar experiências vividas por outros às nossa condições.
A segunda reflexão é sobre a estratégia de combate. No Brasil, é competência privativa da União, conforme expresso no inciso XVIII do artigo 21 da Constituição, “planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas”. O sentido foi de que o combate às calamidades públicas teria que ser conjunto de União, Estados e Municípios, mas dentro de uma orientação superior, que seria da União. Essa definição traz como meta primeira no combate às calamidades públicas o trabalho conjunto, harmônico e eficaz, por cima de divergências políticas e ideológicas, para o bem da sociedade, na tentativa de vencer os problemas decorrentes das calamidades. As iniciativas de cada Estado ou Município podem ser mais eficazes se articuladas com um comando central.
A terceira grande lição é a do exercício da solidariedade. Todos temos que cuidar de todos! Devemos seguir as orientações de isolamento, o que nem sempre é factível em decorrência da atividade ou, então, das condições socioeconômicas de considerável parte da população brasileira, que precisa achar alternativas não atreladas a salários que possam garantir comida na mesa. E, mais ainda, todos devemos seguir as orientações de uso de máscaras e o lavar as mãos (ou uso de álcool-gel), numa tentativa de prevenir a disseminação do vírus.
Nós sofremos pela doença, mas sobrevivemos. Nosso desejo é que menos gente passe por nossas experiências e que a infecção pelo corona vírus seja em breve parte de um passado.

 

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS
Presidente do Conselho Superior de Direito da Fecomercio/SP. Professor Emérito da Universidade Mackenzie e das Escolas do Comando e Estado Maior do Exército (ECEME) e Superior de Guerra (ESG).

RAUL CUTAIT
Professor do Dpto. de Cirurgia da Faculdade de Medicina da USP
Membro da Academia Nacional de Medicina
Presidente do Conselho Superior de Responsabilidade Social da FIESP

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