Por João Aparecido da Luz
Leonardo Da Vinci levou aproximadamente um ano para encontrar e produzir o quadro A Última Ceia, uma das mais famosas obras de seu tempo.
Para executá-la, saiu a procura de 13 personagens masculinas. Iniciou uma longa busca para encontrar 12 modelos para os discípulos e um para posar como Jesus. E assim começou uma longa busca.
Certa ocasião durante a missa Da Vinci ouviu uma música angelical. Sua atenção se voltou para o coro e ali seu olhar se encontrou com o de um jovem que correspondia à imagem que tinha de Jesus.
Ao final da missa, Leonardo convidou-o para pousar. No dia seguinte tinha-o no seu estúdio posando para reproduzir a mais importante figura de seu quadro.
Ao final de um ano Leonardo havia encontrado e pintado todos os personagens com exceção de Judas. Durante vários anos não encontrando o perfil ideal resolveu visitar as prisões de Milão e escolher um homem que tivesse dor e raiva nos olhos, uma áspera impaciência no rosto, cicatrizes de orgulho com semblante marcado pela amargura e carregasse a marca do fracasso enfim, alguém que na sua visão se parecesse com Judas.
Assim que encontrou o homem que procurava, obteve autorização para ele posar em seu estúdio. Entretanto, Da Vinci observou sinais de inquietude e angústia no olhar do prisioneiro que hora olhava para pintura e para o pintor com tristeza cheia de remorso.
Da Vinci pergunta então se algo o estava incomodando e se quisesse podia parar o trabalho. Após alguns instantes de choro e copiosas lagrimas o prisioneiro fala: Mestre, não me conheces? Não, respondeu Leonardo.
E continuou: Há um ano me escolheste para posar para esse mesmo quadro. Eu fui o modelo para Jesus e hoje amargo as agruras da prisão.
“Vigiai, vigia para não cair em tentação”.
Por João Aparecido da Luz
Advogado, escritor e cronista de viagem