Alemanha 7 – Brasil 1: Jogo alemão é o modelo de espírito comunitário

Por António Justo

 

Na disputa das meias-finais do campeonato mundial de futebol, o jogo Brasil-Alemanha moveu todos os corações. Até os adeptos da Alemanha sentiam simpatias pela equipa brasileira, símbolo de um povo rico e ativo mas também fustigado pela pouca sorte de Neymar, o seu melhor jogador, que no jogo anterior, fora hospitalizado em consequência da brutalidade de um jogador colombiano.

Os alemães mostraram o que são: no jogo, uma equipa, em casa uma nação.

Quem viu o jogo e conhece a vida interna da Alemanha observou no jogo, aquilo que, no dia-a-dia, torna a Alemanha grande e forte: o seu espírito de coletividade (nação). A sua consciência de comunidade, seja no jogo, na política, no patronato ou nos sindicatos, leva os cidadãos e as suas instituições a porem sempre em primeiro plano o bem-comum, o bem do país. Sabem que da força da comunidade depende o bem individual.

Parte da claque brasileira não se comportou bem ao virar a casaca, deixando de apoiar os seus jogadores ou ao estigmatizar Fred como bode expiatório. A própria claque enfraqueceu, psicologicamente, o grupo.

O Brasil perdeu mas perdeu bem; revelou cavalheirismo no trato com o grupo adversário. A nação chorou; foi comovedor a maneira como o representante dos jogadores brasileiros pediu desculpa à nação que esperava deles o que não puderam dar.

Nos primeiros minutos do jogo, a equipa brasileira actuou brilhantemente, correspondendo à pressão de se tornar campeão mundial. O 1° golo de Thomas Müller no 11° minuto, tal como tinha acontecido no jogo da Alemanha contra Portugal com o 1° golo também de Thomas Müller no 12° minuto, foi decisivo para o desenvolvimento do jogo. Sofrido o primeiro golo, a equipa perdeu a sua força moral. A partir daí assistiu-se a um jogo mágico; foi uma goleada.

Aqui está a justa diferença comportamental e que corresponde, para uns, a mais vida e dependência e, para outros, a mais disciplina e independência. Enquanto os nórdicos exageram com a cabeça e com a disciplina, os do sul exageram com a espontaneidade e com o coração.

Os alemães seguem o provérbio: “Depois do jogo é antes do jogo”( Nach dem Spiel ist vor dem Spiel). Mais que alegrar-se com o resultado do jogo pensam logo no trabalho a fazer para ganhar o seguinte.

 

Por António da Cunha Duarte Justo
www.antonio-justo.eu

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