Por Jorge Calazans
O combate às pirâmides financeiras está atravessando as fronteiras do Brasil. Isso porque os principais idealizadores de fraudes financeiras estão fugindo para diversas partes do mundo. O caso mais recente foi a prisão de Roberto Cardassi, o criador da BlueBenx, uma empresa que ganhou destaque no mercado pela promessa de fornecer retornos altos e rápidos por meio de investimentos em criptomoedas, o que levou a uma grande controvérsia e prejuízos para muitos investidores. Ele foi detido na cidade de Braga, em Portugal, pela Polícia Judiciária. Este caso destaca a necessidade de ações coordenadas entre países para combater crimes financeiros e proteger os investidores.
Após ser levado às autoridades judiciais, ficou decidido que o suspeito agora terá que se apresentar a cada três semanas no Tribunal da Relação de Guimarães, enquanto aguarda processo de extradição para o Brasil.
Importante destacar que Roberto Cardassi fugiu do Brasil após a empresa BlueBenx parar de pagar seus investidores, em agosto de 2022. Cardassi passou a responder na Justiça brasileira por fraude e lavagem de dinheiro.
Vale destacar que a empresa criou sua própria criptomoeda e prometia retornos de até 66% ao ano, tendo deixado um prejuízo de R$ 160 milhões aos clientes. Criada 2017, a empresa atraiu milhares de investidores e por atingir um alto volume de captação, foi flagrada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como uma oferta irregular de investimentos.
A prisão de Roberto Cardassi em Portugal é um marco importante na luta contra fraudes financeiras. Para garantir justiça, é essencial uma cooperação estreita entre as autoridades brasileiras e portuguesas, incluindo a troca de informações detalhadas e a rápida extradição do acusado. As autoridades devem adotar medidas eficazes para localizar e recuperar os ativos, e explorar a possibilidade de uma colaboração premiada por parte de Cardassi, incentivando-o a fornecer informações essenciais que possam ajudar no ressarcimento das vítimas da BlueBenx.
Portanto, é fundamental que as vítimas sejam apoiadas com todos os recursos possíveis para garantir que seus direitos sejam protegidos e que possam recuperar suas perdas. Esse tipo de colaboração internacional não só fortalece a confiança no sistema de justiça, mas também serve como um aviso contundente para futuros fraudadores sobre as consequências de suas ações.
PorJorge Calazans
Advogado especialista na área criminal, conselheiro estadual da Anacrim e sócio do escritório Calazans & Vieira Dias Advogados, com atuação na defesa de vítimas de fraudes financeiras
Advogado especialista na área criminal, conselheiro estadual da Anacrim e sócio do escritório Calazans & Vieira Dias Advogados, com atuação na defesa de vítimas de fraudes financeiras