Vacinas para crianças dos 5 aos 11 anos chegam a partir de 20 de dezembro

Da Redação com Lusa

As vacinas contra a covid-19 para crianças entre cinco e 11 anos, caso a inoculação venha a ter o aval da comissão técnica de vacinação, chegam a Portugal a partir de 20 de dezembro, anunciou o primeiro-ministro português.

Em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, António Costa adiantou que o governo já tem o fornecimento de vacinas pediátricas contratualizado com a farmacêutica Pfizer e que garante a cobertura das mais de 600 mil crianças nesta faixa etária.

“Estaremos preparados para vacinar as 637.907 crianças que são elegíveis, estando já contratualizado com a Pfizer o calendário de fornecimentos, que começarão a chegar a Portugal no dia 20 de dezembro, tendo em vista garantir o aprovisionamento necessário das vacinas pediátricas – que são distintas. No dia 20 de dezembro está contratada a chegada do primeiro lote de 300 mil vacinas e durante o mês de janeiro chegarão mais 462 mil”, disse.

O primeiro-ministro realçou que essa medida carece ainda da validação da Comissão Técnica de Vacinação “na próxima semana”, embora tenha reiterado a importância de existirem antecipadamente as “condições necessárias” para esse processo, relembrando a recomendação da Agência Europeia do Medicamento (EMA).

António Costa esclareceu ainda que a eventual vacinação das crianças deve respeitar “a vontade dos pais” e resultar de um “diálogo informado” entre pais e médicos.

Ordem

Já a Ordem dos Enfermeiros defendeu hoje que não se deve avançar já com a vacinação das crianças contra a covid-19, considerando que a prioridade deve centrar-se na vacinação dos adultos da “forma mais célere possível”.

Num parecer enviado à diretora-geral da Saúde, Graça-Freitas, sobre a vacinação universal de crianças entre os 5 e os 11 anos, a Ordem do Enfermeiros (OE) defende que não se deve iniciar, para já, a vacinação deste grupo etário, “mas sim aguardar por uma maior evidência (prova) científica quantos aos custos-benefícios a médio e a longo prazo”.

Num parecer divulgado hoje, a OE sublinha que os benefícios de saúde individuais decorrentes da vacinação de crianças saudáveis serão “limitados”, face aos dados conhecidos até ao momento.

“Desta forma, face à situação epidemiológica que se mantém, considera-se que a prioridade deve centrar-se no processo de vacinação de pessoas com idade igual ou superior a 18 anos da forma mais célere possível, bem como reforçar o uso generalizado das medidas de proteção conhecidas, as quais apresentam resultados clinicamente demonstrados”, lê-se no parecer.

A Ordem dos Enfermeiros recorda que todos os estudos indicam que “ao vacinar adultos se reduz o risco de exposição das crianças e adolescentes”.

Neste dia 25, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou a administração da vacina contra a covid-19 da BioNTech/Pfizer a crianças dos 5 aos 11 anos, sendo a primeira na União Europeia (UE) para esta faixa etária.

“O Comité dos Medicamentos para Uso Humano da EMA recomendou a concessão de uma extensão de indicação para a vacina Comirnaty [nome comercial da vacina do consórcio farmacêutico BioNTech/Pfizer] para incluir a utilização em crianças dos 5 aos 11 anos de idade”, informa o regulador europeu em comunicado. A vacina já era utilizada a partir dos 12 anos.

A EMA explica que, para as crianças dos 5 aos 11 anos de idade, a dose de Comirnaty “será inferior à utilizada em pessoas com 12 ou mais anos”, mas “tal como no grupo etário mais velho, é administrada como duas injeções nos músculos do antebraço, com três semanas de intervalo”.

Esta é a primeira vacina aprovada na UE para crianças desta faixa etária, numa altura em que se verificam aumentos de casos nestas idades e quando os Estados Unidos já a administram.

Reforço

Mais de 900.000 pessoas já foram vacinadas com a dose de reforço da vacina contra a covid-19 e cerca de 1,7 milhões receberam a inoculação contra a gripe, anunciou hoje o Ministério da Saúde.

“No dia 24 de novembro, foi possível vacinar 55.971 pessoas com a dose de reforço da vacina contra a covid-19 e 51.329 com a vacina contra a gripe (5.545 em farmácias)”, informou o ministério, em comunicado.

As pessoas que foram inoculadas com a vacina da Janssen vão também poder receber a dose de reforço 90 dias após a administração da primeira dose, adianta.

A modalidade “Casa Aberta” está disponível para as pessoas com 75 ou mais anos que tenham a vacinação completa e queiram vacinar-se com a dose de reforço e/ou contra a gripe, assim como o agendamento local para utentes elegíveis, “sendo dada prioridade às pessoas com mais idade e abrangendo, gradualmente, faixas etárias mais baixas, até chegar aos 65 anos”, explica o documento.

É igualmente possível o auto agendamento para pessoas com 65 anos ou mais (https://covid19.min-saude.pt/pedido-de-agendamento/) e mantém-se a convocatória através de SMS para a toma em simultâneo da vacina contra a gripe e contra a COVID-19 ou apenas para a vacina contra a gripe, se não forem elegíveis para covid-19.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.385 pessoas e foram contabilizados 1.133.241 casos de infecção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

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