Universidades portuguesas “totalmente disponíveis” para receber estudantes do Afeganistão

Mundo Lusíada com Lusa

As universidades portuguesas manifestaram-se hoje “totalmente disponíveis” para acolher novamente jovens estudantes oriundos de zonas de conflito e em situação de emergência humanitária, como é o caso do Afeganistão.

Numa declaração, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António de Sousa Pereira, deu conta do empenho das instituições em repetir “o sucesso” de programas como os desenvolvidos pela Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada pelo ex-Presidente Jorge Sampaio.

“Várias universidades estão já proativamente a delinear programas próprios de atribuição de bolsas e apoio à residência para estudantes afegãos, em particular do sexo feminino, como forma de dar o seu contributo ao esforço internacional de auxílio aos deslocados afegãos”, escreveu o reitor da Universidade do Porto.

Na Universidade do Porto, por exemplo, a Faculdade de Engenharia já se propôs a atribuir seis bolsas, cada uma com o valor de 9.600 euros anual (800 euros mensais), incluindo os custos de alojamento em residência, indicou o reitor.

“A bolsa seria atribuída até à conclusão do ciclo de estudos, desde que o desempenho acadêmico se mantivesse suficiente (de acordo com critérios idênticos aos definidos no “Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo aos Estudantes do Ensino Superior”), acrescentou.

O ex-Presidente da República Jorge Sampaio anunciou que a Plataforma Global para os Estudantes Sírios, a que preside, está a preparar um reforço do programa de emergência de bolsas de estudo e oportunidades acadêmicas para jovens afegãs.

Num artigo publicado hoje no jornal Público, Jorge Sampaio fez um apelo a todos os parceiros da Plataforma, às entidades oficiais, às instituições do ensino superior, centros de estudos e investigação, bem como empresas, fundações, outras organizações e particulares, para que colaborem mais, disponibilizem apoios, oportunidades acadêmicas e profissionais, estágios e vagas para os jovens afegãs.

Desde que os talibã entraram na capital do Afeganistão, Cabul, para tomar o poder, a meio do mês, milhares de pessoas têm tentado fugir do país.

Bolsas de estudo

Também nesta quinta-feira, o ex-Presidente português Jorge Sampaio anunciou que a Plataforma Global para os Estudantes Sírios, a que preside, está a preparar um reforço do programa de emergência de bolsas de estudos e oportunidades acadêmicas para jovens afegãs.

Num artigo publicado no jornal Público, Sampaio faz um apelo a todos os parceiros da Plataforma, às entidades oficiais, às instituições do ensino superior, centros de estudos e investigação, bem como empresas, fundações, outras organizações e particulares, para que colaborem mais, disponibilizem apoios, oportunidades acadêmicas e profissionais, estágios e vagas para os jovens afegãs.

O programa de bolsas de estudo para estudantes sírios, com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência acadêmica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação, foi lançado em 2013 pela Plataforma Global para os Estudantes Sírios.

“Entretanto, a Plataforma foi alargando o seu âmbito de atuação para além da crise síria, e hoje trabalha na criação de um Mecanismo de Resposta Rápida para o Ensino Superior nas Emergências (RRM). Neste contexto, está agora a ser preparado, para além de um reforço do programa de bolsas para estudantes sírios, libaneses e outros, um programa de emergência de bolsas de estudo e de oportunidades acadêmicas para jovens afegãs”, adianta.

No artigo, o antigo Presidente da República sublinha que não se pode responder às crises humanitárias “ao sabor de modas e ignorá-las por razões de cansaço, enfado ou indiferença”.

“A crise síria no Iémen, no Haiti, no Tigray, no Sudão, no Sudão do Sul, na Somália, em Cabo Delgado ou a atual situação no Afeganistão, para citar apenas alguns exemplos, atingem homens, mulheres, jovens e crianças com a mesma gravidade, igual força e idêntica desesperança”, salientou.

Sampaio lembra também que a experiência dos últimos sete anos com a integração de estudantes sírios tem mostrado ser duplamente benéfica para os estudantes e para as comunidades de acolhimento que desta forma se renovam, dinamizam e reforçam o seu potencial criativo e produtivo.

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