UE será “capaz” de entregar todas as vacinas previstas para 2º semestre

Da Redação Com Lusa

O comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, disse estar confiante de que a União Europeia (UE) será “capaz” de entregar aos Estados-membros todas as doses previstas para o segundo semestre do ano.

“Vamos ser capazes de entregar no segundo semestre aos nossos cidadãos 360 milhões de doses, tal como está nos nossos contratos”, garantiu Breton, que lidera o grupo de trabalho da UE para as vacinas, referindo que a Pfizer deverá entregar 200 milhões, a Janssen 55 milhões, a Moderna 35 milhões e a AstraZeneca 70 milhões de um total de 180 milhões inicialmente acordadas.

Thierry Breton, que falava em conferência de imprensa após reuniões com o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, adiantou que 52 empresas farmacêuticas na Europa estão “a trabalhar 24 horas por dia, 7 dias por semana para entregar o que é preciso”, sendo essa a sua “missão” enquanto responsável pelas vacinas da UE.

Nesse sentido, a Comissão Europeia tem “uma visibilidade muito melhor sobre o que poderá acontecer no segundo semestre”, garantiu, uma vez que conhece “todos os locais de produção” de vacinas no continente europeu.

“Temos agora muitas vacinas, diferentes tipos de vacinas. Somos o continente com o maior número de vacinas. Quatro já foram aprovadas pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), esperamos que a quinta seja aprovada nas próximas semanas”, adiantou o comissário, referindo-se à vacina da CureVac.

Por isso, o comissário europeu diz ter “um bom nível de confiança” de que as doses de vacinas adquiridas pela UE vão ser entregues a tempo, “incluindo as 70 milhões da AstraZeneca”, com quem tem tido vários problemas ao nível das entregas das vacinas.

“Esperamos que a meio do mês de julho consigamos ter a capacidade para entregar o número de doses que são necessárias para a nossa população no sentido de conseguirmos imunidade global”, sublinhou, acrescentando que, para tal, é necessário “organizar todos os Estados-membros” para que as vacinas possam chegar aos seus cidadãos “com o devido tempo”.

Imunidade
A Europa poderá alcançar imunidade coletiva contra a covid-19 em 14 de julho, segundo disse na última semana o comissário europeu.

“Fixemos uma data simbólica: no dia 14 de julho temos a possibilidade de conseguir imunidade a nível do continente”, afirmou, em declarações ao canal francês TF1.

“Estamos na reta final, porque sabemos que, para superar a pandemia, só há uma solução: receber a vacina. As vacinas estão a chegar e vão chegar cá”, disse, acrescentando que, “entre março e junho, vão ser entregues entre 300 e 350 milhões de doses de vacinas”.

O comissário europeu referiu ainda o aumento esperado das entregas previstas para a Europa, devendo ser entregues 60 milhões de doses em março, 100 milhões em abril e 120 milhões em maio.

Segundo Thierry Breton, 55 fábricas já produzem vacinas na Europa.

Até dia 10 deste mês, a União Europeia tinha administrado 9,64 doses de vacinas por cada 100 pessoas, segundo o portal ourworldindata.org.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.710 milhões de mortos no mundo, resultantes de mais de 122,7 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Papel da UE
Também está semana, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, destacou o “papel fundamental” da UE na resposta à pandemia e na distribuição de vacinas através do mecanismo solidário Covax.

O diretor-geral da OMS destacou o “apoio da equipa Europa” na distribuição de “mais de 32 milhões de vacinas por 57 países” através da Covax, uma iniciativa coliderada pela Aliança Gavi – uma organização internacional atualmente presidida por Durão Barroso -, pela Coligação para a Inovação na Preparação para Epidemias (CEPI, na sigla em inglês) e pela OMS.

“É um começo, mas está longe de ser suficiente”, assinalou, apontando que “a diferença está a crescer entre o número de vacinas administradas em países de rendimento alto e médio alto e o número administrado em países de baixo rendimento”.

Nesse sentido, Tedros Ghebreyesus sublinhou a necessidade de “todos os países e empresas trabalharem juntos para (…) produzir e garantir que as vacinas sejam uma fonte de esperança para todos, não esperança para alguns”.

O papel da UE na saúde global, porém, “vai além da atual pandemia”, apontou, pois a pandemia “demonstra que, quando a saúde está em risco, tudo está em risco”.

Segundo o líder da OMS, a saúde é “a base de sociedades saudáveis, resilientes, inclusivas e sustentáveis”.

Por isso, “muitos Estados-membros da UE, incluindo Portugal, são a prova viva de que uma atenção primária e sólida à saúde é a base essencial da cobertura universal de saúde e da segurança da saúde”, frisou.

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