Ucrânia precisa urgentemente de mais apoio militar, diz Chefe da NATO

Da Redação com Lusa

O secretário-geral da NATO admitiu nesta quarta-feira que a Ucrânia precisa urgentemente de mais apoio militar e disse esperar que os Aliados, reunidos em Bruxelas ao nível de chefes da diplomacia, concordem em fornecer “muitos tipos diferentes de equipamento”.

“A Ucrânia tem uma necessidade urgente de apoio militar, e essa é a razão pela qual é tão importante que os Aliados concordem em apoiar ainda mais a Ucrânia com muitos tipos diferentes de equipamento, tanto equipamento mais pesado, como também sistemas de armas ligeiros”, disse Jens Stoltenberg.

O responsável norueguês falava à chegada ao quartel-general da NATO, em Bruxelas, que acolhe até quinta-feira uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica, na qual Portugal estará representado pelo seu novo chefe da diplomacia, João Gomes Cravinho, e que volta a ser consagrada à agressão militar da Rússia à Ucrânia.

Stoltenberg sublinhou a importância do apoio militar que a NATO tem prestado ao exército ucraniano para se defender da invasão russa apontando que “está à vista que este apoio tem tido um efeito todos os dias”.

“Podemos ver as imagens de todos os blindados russos destruídos. Isso é algo que foi feito com armas anti-tanque e armas anti-blindados fornecidas pelos aliados da NATO”, indicou.

Para “dar um exemplo de como os Aliados estão a aumentar” ainda mais o seu apoio à Ucrânia, o secretário-geral da NATO destacou que “o Congresso dos Estados Unidos acabou de decidir alocar mais dinheiro para sistemas anti-blindados” e disse esperar que os restantes membros da organização também concordem em fornecer “mais apoio com muitos tipos diferentes de armamento”.

Durante as declarações prestadas à entrada para a reunião, Stoltenberg comentou ainda que não há qualquer sinal de que o Presidente russo, Vladimir Putin, tenha “desistido do seu desejo de controlar toda a Ucrânia” e alertou que a guerra poderá durar “meses, ou mesmo anos”.

“Temos de ser realistas. A guerra pode durar muito tempo, vários meses, ou mesmo anos. E é por isso que também temos de estar preparados para um longo caminho, tanto em termos de apoio à Ucrânia como mantendo sanções e reforçando as nossas defesas”, declarou.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções econômicas e políticas a Moscou.

Mais material de Portugal

 Portugal já enviou entre 60 a 70 toneladas de material de guerra para a Ucrânia e “enviará mais num futuro próximo”, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, à chegada da reunião em Bruxelas.

Questionado sobre se Portugal está disposto a fornecer mais equipamento militar à Ucrânia, Cravinho confirmou que está previsto o envio de mais material de guerra, “seja defensivo, seja ofensivo”, ou seja, “material de proteção e também material ofensivo”, designadamente armas e munições.

“Portugal tem vindo a apoiar a Ucrânia. Já enviou mais de 60, 70 toneladas de material de guerra para a Ucrânia e enviará mais num futuro próximo”, disse, confirmando que o material a enviar em breve será do mesmo tipo, pois “é o material de que Portugal dispõe para poder colocar nas mãos dos ucranianos”.

Para “mais pormenores”, o novo chefe da diplomacia portuguesa remeteu questões para a sua colega ministra da Defesa nacional, e sucessora no cargo, Helena Carreiras.

Relativamente ao encontro de ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança Atlântica, João Gomes Cravinho indicou que os aliados discutirão o apoio que poderão continuar a dar à Ucrânia, questão que terão oportunidade de debater com o próprio chefe da diplomacia ucraniano, Dmytro Kuleba.

“Teremos connosco o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, o ministro Kuleba, que nos irá fazer um ‘briefing’ sobre a situação que se vive atualmente na Ucrânia e a perspetiva que o Governo ucraniano tem sobre a situação e sobre os apoios que tem vindo a receber”, disse.

Relativamente à política de sanções à Rússia, e um dia após a Comissão Europeia ter colocado sobre a mesa a proposta de um quinto pacote de medidas restritivas da União Europeia dirigidas a Moscou, o ministro comentou que, “infelizmente, a tendência é para se acentuarem as sanções”.

“Digo infelizmente porque isto resulta diretamente da posição da Rússia. A Rússia continua a agredir, continuar a cometer atrocidades, infelizmente, e, portanto, a tendência é para se aumentarem as sanções e não para se atenuarem”, declarou o português.

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