Supermercados na Baixada irão banir sacolas plásticas até 2012

Por Odair Sene
Mundo Lusíada

João Sanzovo Neto, Presidente do Conselho Deliberativo da APAS, o Secretário de Meio Ambiente de Santos, Fabio Nunes, o diretor regional da APAS, Carlos Varandas e o vice-presidente da APAS de Jundiaí, Edivaldo Bronzeri. Foto: Mundo Lusíada

Em 12 de agosto, a APAS (Associação Paulista de Supermercados Regional da Baixada Santista) promoveu um encontro em Santos para falar do futuro das sacolas plásticas. O setor quer eliminar o uso delas até o próximo ano, por isso discutem uma campanha de conscientização da população.
Presente ao evento, o Secretário de Meio Ambiente de Santos, Fábio Nunes, lembrou que a sacola plástica, derivada do petróleo, pode ser substituída por outros meios dependendo da visão das pessoas. “Para a nossa geração mais antiga, a sacola plástica foi novidade. Antes não existia, eu cansei de ir de carrinho com a minha mãe na feira. O cidadão que vai de carro pode levar caixas. Existem formas de termos uma postura sustentável, e não uma agressão ao meio ambiente. Depende da visão, levando em conta a questão ambiental, econômica e social”.
De acordo com o diretor regional da APAS, Carlos Varandas, a campanha “Vamos tirar o planeta do sufoco”, que foi lançada em junho, planeja que até novembro todos os supermercados já ofereçam as sacolas reutilizáveis. Em dezembro, a campanha segue para divulgação nas mídias e a partir de janeiro as sacolas plásticas deverão estar eliminadas.
Apesar do confronto de interesses que existe entre os produtores, quem deve sair ganhando é o meio ambiente. “O setor supermercadista entende que temos que conscientizar a população do dano que as sacolas plásticas causam. Todos os plásticos são difíceis de se decompor no meio ambiente – em média 100 anos – e temos alternativas, por exemplo, com o saco de lixo que se decompõe junto com o lixo orgânico, é muito mais rápido”.
Segundo Varandas, o setor vai oferecer uma sacola biodegradável, feita com amido de milho, que será vendida a R$ 0,19. Mas a ideia principal do projeto é fazer o consumidor levar a sua sacola, e não precisar comprar. “Nossa idéia não é dar sacola de graça porque isso não vai conscientizar a população. Nós só conseguimos conscientizar quando mexe no bolso, porque as pessoas dão valor naquilo que compram”.
O projeto discutido durante o evento é um compromisso da APAS com o governador Geraldo Alckmin, assinado em um protocolo de cooperação no último 09 de maio. A associação quer aproveitar a época de férias – janeiro de 2012 – quando recebe muitos turistas para se preparar para as ações, já deixando de distribuir as sacolas plásticas até o dia 25 de janeiro de 2012. “Hoje estamos começando em Santos essa campanha de evitar que se forneça a sacola plástica tradicional aos cidadãos. Isso é uma política afirmativa, melhor do que lei” diz o secretário Fábio Nunes.
De acordo com ele, Jundiaí é a região do Brasil mais adiantada nesta área, cidade precursora desta iniciativa. Para saber mais, o vice-presidente da APAS de Jundiaí, Edivaldo Bronzeri, foi convidado nesta tarde para falar aos supermercadistas de Santos e região, e “colocar o setor dentro de um pioneirismo no ponto de vista da sustentabilidade”.

Meio ambiente e Negócios
De acordo com Fábio Nunes, Santos necessita de muitos cuidados, já que se trata de uma ilha. Um dos índices atuais divulgados no evento aponta para 360 toneladas por mês de sacolas plásticas jogadas em toda região da Baixada Santista. A Secretaria de Meio Ambiente está constantemente avaliando e monitorando a qualidade da água, além de desenvolver estudos sobre o ar e o clima da região. Além disso, aposta num projeto de Políticas Ambientais que ampliou com a atuação das micro e pequenas empresas, e ainda tem contado com o diálogo no setor da construção civil e no setor portuário. “Estamos num ponto ímpar, de fazer história” aponta.
“Queremos que o empresário santista coloque sua empresa dentro do contexto da sustentabilidade, faça gerenciamento dos seus resíduos, crie empregos verdes, use eco-produtos e tenha uma eco-eficiência” diz o secretário que gosta das palavras com “eco”, afirma. “Já fui chamado de eco-xiita e bio-desagradável. Mas sou secretário do Meio Ambiente com muito orgulho”, brincou.

1 Comment

  1. Olá!
    Gostaríamos de fazer algumas observações:
    As sacolas plásticas são produtos 100% recicláveis, são reutilizáveis (inclusive para descarte de lixo), são higiênicas e práticas.
    Além disso, vale lembrar que no início deste ano, já foi divulgada uma pesquisa britânica científica mostrando que as sacolas plásticas são embalagens mais sustentáveis que as alternativas que se tem para sua substituição.
    Vale a pena dar uma olhada também, em uma pesquisa feita com a contribuição do Akatu, sobre a ecoeficiência de sacolas. Lá, pode-se constatar que as sacolas plásticas não são as vilãs que se tem pregado por aí.

    Abraços e obrigada,
    Equipe Recicle Ideias!
    http://www.facebook.com/Recicle.Ideias

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