Rio de Janeiro exige comprovante de vacinação para locais públicos

Da redação

A Prefeitura do Rio De Janeiro publicou na sexta-feira, no Diário Oficial, decretos que estabelecem a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19 para acesso a uma série de estabelecimentos e para atendimento em alguns serviços.

A apresentação do comprovante de imunização será exigida em estabelecimentos e locais de uso coletivo, tais como academias de ginástica, estádios e ginásios esportivos, cinemas, teatros, museus, galerias e exposições de arte, convenções, conferências, entre outros.

A vacinação também será condicionante para que as pessoas sejam submetidas a cirurgias eletivas nas redes pública e privada; e sejam incluídas ou mantenham acesso ao Programa Cartão Família Carioca.

“Nosso objetivo é criar um ambiente difícil para aqueles que não querem se vacinar, que acham que vão se proteger sem a aplicação do imunizante e terão uma vida normal. Não terão. Vão ter dificuldades na hora de ter uma cirurgia eletiva, um programa de transferência de renda, e estarão impossibilitadas de terem lazer e trabalho sem se vacinar” disse o prefeito Eduardo Paes, durante a divulgação do 34º Boletim Epidemiológico, no Centro de Operações Rio (COR), na Cidade Nova.

A comprovação da imunização poderá ser feita pela certificação digital da plataforma ConecteSUS, ou com a apresentação do comprovante ou da caderneta de vacinação em papel, ao ingressar nos locais coletivos ou outros casos. A quantidade de doses registradas exigida deverá estar de acordo com o calendário vacinal da cidade do Rio de Janeiro no momento.

“Essa é uma preparação para a reabertura, para que possamos voltar a uma situação de normalidade. Estamos chegando numa fase em que vamos conviver com a doença até que ela seja erradicada. Não faz sentido estar cheio de restrições com todo mundo imunizado. Queremos permitir, num determinado momento, que as casas de shows, teatros e museus possam voltar a funcionar. É de interesse dos donos desses equipamentos culturais que quanto mais rigor na fiscalização mais cedo vamos poder anunciar a reabertura da cidade” afirmou o prefeito.

Dose de reforço em idosos começa em 1º de setembro

No dia 26, a Prefeitura do Rio divulgou o calendário de aplicação da dose de reforço (DR) em todos os idosos, iniciando em 1º de setembro com a imunização dos idosos residentes de instituições de longa permanência (ILPI).

O cronograma está previsto para alcançar, até 30 de outubro, todas as pessoas a partir de 60 anos que já concluíram seu esquema vacinal na cidade. A DR estará disponível também, a partir de 15 de setembro, para imunossuprimidos em casos específicos, mediante comprovação médica, podendo ser aplicada 28 dias após a última dose do esquema vacinal básico.

Nessa semana, o município do Rio iniciou a vacinação dos adolescentes com deficiência e, nesta quinta-feira (26/08), ampliou para os adolescentes em geral, escalonados por idade, de 17 a 12 anos. A vacina aplicada nesta faixa etária será a Pfizer, única com liberação da Anvisa para uso nesse público.

A aplicação da primeira dose (D1) segue acelerada na cidade, com mais de 95% dos adultos com a D1 ou dose única; por outro, 180.277 cariocas não retornaram aos postos para completar seu esquema vacinal. São 50.634 pessoas com a Coronavac, 122.652 com a Astrazeneca, e 6.991 com a Pfizer em atraso.

Entre as causas mais frequentes relatadas para não retornar para aplicação da D2 estão o esquecimento da data agendada, algum efeito adverso, ou doença que impeça de tomar a nova dose naquele período. A SMS reforça que é necessário completar o esquema vacinal com as duas doses para garantir a eficácia da imunização e, com a recente finalização do calendário de vacinação dos adultos, tem intensificado o trabalho de busca ativa pelos faltoso da D2.

“Nossa esperança é que essa série de medidas nos ajude a completar a vacinação da segunda dose das pessoas que não voltaram aos postos. Elas colocam toda a população em risco, além de aumentar a ocupação dos leitos hospitalares” disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

Cenário

A 34ª edição do Boletim Epidemiológico da Covid-19, divulgada nesta sexta-feira, mostra que os casos da doença têm aumentado no município do Rio nas últimas sete semanas. Esse efeito pode estar sendo causado pela circulação da variante Delta, que, como estudos apontam, tem maior transmissibilidade. Em oposição à tendência de aumento dos casos por Covid-19, o índice de óbitos mantém queda sustentada, o que pode ser relacionado como reflexo da imunização.

Na última semana, 38 novos casos de diferentes variantes do vírus foram identificados na cidade, sendo 28 moradores locais e os demais pacientes que foram atendidos na cidade, mas moram em outros municípios. Desde a identificação do primeiro caso de novas variantes, o município contabiliza 1.284, sendo 1.035 residentes. Entre os que moram na cidade, 874 casos da Gamma, 148 da Delta e 13 da Alfa. Dos moradores infectados por essas cepas, 59 faleceram, seis permanecem internados e 970 já são considerados curados.

Todas as 33 regiões administrativas (RAs) do município estão classificadas com risco alto (laranja) para transmissão do coronavírus pela quarta semana seguida. As medidas de proteção à vida foram prorrogadas até 13 de setembro, mantendo o nível de alerta para risco alto.

O 34º boletim mostra que, desde março de 2020, o município do Rio soma 441.078 casos de Covid-19, com 31.763 óbitos. Em 2021 são 226.084 casos e 12.720 mortes. A taxa de letalidade deste ano está em 5,6%, contra 8,9% em 2020; e a de mortalidade, em 191 a cada 100 mil habitantes, contra 285,9/100 mil no ano passado. A incidência da doença é de 3.394/100 mil, quando em 2020 era de 3.227,5/100 mil.

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