Região de Lisboa e Vale do Tejo registra aumento de casos e terá reforço nas medidas

Da redação com agencias

A atual situação epidêmica em Portugal apresenta valores baixos no conjunto do território nacional, mas causa preocupação na Região de Lisboa e Vale do Tejo, com um índice de transmissão a aproximar-se de 1,2 e a incidência de casos de infecção por 100.00 habitantes nos últimos 14 dias perto dos 120.

O índice de transmissão do vírus e a taxa de incidência de novos casos de covid-19 são os dois critérios definidos pelo Governo para avaliar o processo de desconfinamento iniciado em 15 de março.

Na segunda-feira, em Vila Franca de Xira, o secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, afirmou que haverá um reforço da testagem à covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, face ao aumento da incidência, considerando essencial o corte das cadeias de transmissão.

“O que se vai fazer em Lisboa é reforçar de alguma maneira os mecanismos que já existem, de forma a conseguirmos testar mais gente e irmos um pouco mais longe nos elos de ligação entre pessoas confirmadas com covid-19 ou que tenham estado em contato com uma pessoa que foi confirmada como covid-19. Sabemos bem da experiência que já acumulamos que cortar a transmissão é absolutamente essencial”, declarou.

Nesta terça-feira, o Governo apresenta em conferência de imprensa as medidas a implementar na região de Lisboa e Vale do Tejo diante da subida do número de casos. Segundo informa o Expresso, a testagem em massa vai ser reforçada na região, principalmente população entre os 20 e os 40 anos, e os eventos como casamentos e batizados só poderão ocorrer com teste.

Análise

O Chefe de Estado, primeiro-ministro, presidente do parlamento e representantes de partidos voltam a reunir-se na sexta-feira com peritos sobre a evolução da situação epidemiológica em Portugal e novas regras a adotar no verão.

Esta será a primeira reunião entre políticos e especialistas desde que terminou o estado de emergência em 30 de abril, e nela deverá ser apresentado um estudo solicitado pelo Governo aos professores Raquel Duarte e Óscar Felgueiras sobre regras a aplicar para futuro para conter a covid-19, mas com o programa de vacinação já em fase avançada.

No final de abril, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o seu executivo tinha pedido a estes dois especialistas – os mesmos que deram o apoio técnico no desenho do último programa de desconfinamento – que apresentassem um conjunto de regras para vigorar em todo o país a partir do momento em que grande parte da população com mais de 60 anos se encontre vacinada.

O objetivo, de acordo com o líder do executivo, é “readaptar de novo as regras” que foram definidas em março a uma nova situação de risco da epidemia “num quadro em que as faixas etárias que têm sido de maior risco tenham alcançado um nível de imunização vacinal”.

Além das novas regras, nesta reunião, no Infarmed, em Lisboa, será também analisada a mais recente evolução da epidemia em Portugal, num momento em que o índice de transmissão (Rt) do coronavírus SARS-Cov-2 atingiu os 1,06, enquanto a incidência de casos de infecção por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias aumentou para 55,6.

Nesta segunda, o Secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, acompanhou a inoculação da vacina que assinalou a marca das cinco milhões de doses de vacinas contra a COVID-19 administradas em Portugal.

Dados

Neste 25 maio, Portugal registrou três mortes atribuídas à covid-19 e 375 novos casos de infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2, indica a Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o boletim epidemiológico da DGS, o número de doentes internados em enfermaria inverteu a tendência e desceu hoje para 237, menos dois do que na segunda-feira.

Quanto aos internamentos em unidades de cuidados intensivos, também diminuíram e hoje estão internados 52 doentes, menos cinco do que na véspera. Os óbitos ocorreram na região Norte, na região Centro e nos Açores.

Quanto aos novos casos, dos 375 registrados hoje pela DGS, a região de Lisboa e Vale do Tejo representa quase metade do total, com 175.

Os dados revelam ainda que continua a verificar-se uma diminuição dos casos ativos de infeção, totalizando agora 22.171, menos 297 do que na segunda-feira.

Nas últimas 24 horas foram igualmente dadas como recuperadas mais 669 pessoas, totalizando 806.648 desde o início da pandemia.

As autoridades de saúde mantêm em vigilância 19.851 contatos, mais 263 do que na segunda-feira.

Segundo os últimos dados da DGS, Portugal tem mais de cinco milhões de pessoas vacinadas (5.009.910) contra a covid-19, das quais 1.552.920 já estão imunizadas com as duas doses.

A região Norte tem hoje 103 novas infeções por SARS-CoV-2 e uma morte com covid-19, totalizando 339.459 casos de infeção e 5.354 mortes, desde o início da pandemia.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo foram notificados mais 175 casos, contabilizando-se até agora 319.621 e 7.211 mortos atribuídos à covid-19.

Na região Centro, além de uma morte, registaram-se mais 19 casos, acumulando-se 119.572 infeções e 3.021 mortos.

No Alentejo foram assinalados mais 20 casos, totalizando 30.103 infeções e 971 mortos.

Na região do Algarve, o boletim revela que foram registadas mais 11 infeções, acumulando-se 22.172 casos e 363 mortos.

A região Autónoma da Madeira registou 21 novas infeções, contabilizando 9.652 casos e 68 mortes devido à covid-19.

Os Açores registram hoje um morto e 26 novos casos, contabilizando 5.261 casos e 33 mortos desde o início da pandemia, segundo a DGS.

As autoridades regionais dos Açores e da Madeira divulgam diariamente os seus dados, que podem não coincidir com a informação divulgada no boletim da DGS.

O novo coronavírus já infetou em Portugal pelo menos 461.242 mulheres e 384.239 homens, mostram os dados da DGS, segundo os quais há 359 casos de sexo desconhecido, que se encontram sob investigação, uma vez que esta informação não é fornecida de forma automática.

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