Recenseamento das aves no Douro esbarra na falta de informação

Juntas de Freguesia cumprem papel do EstadoA lei que obriga a declaração da existência de aves, pelos proprietários, está longe de ser levada à risca. A falta de informação em relação à medida da Direcção-Geral de Veterinária (DGV) é ainda um entrave entre as Juntas de Freguesia e a população. Por isso, o total das aves domésticas existentes na região é ainda desconhecido.Ígor Lopes Segundo apurámos, a desinformação impede que muitas famílias declarem às Juntas as aves que têm, além de incentivar que os seus proprietários acabem por matar esses animais. Por sua vez, os presidentes de Junta alegam que, embora actualmente alguns pontos sejam facilmente compreensíveis, é difícil saber como proceder em algumas situações.Para que o Ministério tenha uma relação exacta dos animais de capoeira que existem no país, a DGV exige que todas as aves domésticas sejam registadas. O objectivo desta medida é fazer um retrato dessas aves, não só as destinadas ao consumo humano, mas também as de companhia (excepto as que estão alojadas em espaço fechado sem qualquer contacto com outras aves) e as destinadas a concursos, espectáculos ou actividades culturais, desportivas ou outras.Para traçar um panorama da acção das Juntas de Freguesia na região, procurámos saber como está a ser feito o recenseamento das aves junto dos autarcas.De acordo com Rómulo Pimentel, presidente da Junta de Armamar, na sua freguesia o recenseamento das aves “decorre sem problemas”, tendo sido contabilizadas, até agora, 457 aves naquela localidade. “Várias pessoas já cumpriram a determinação da DGV, entretanto, falta ainda a declaração de alguns proprietários”, conta Rómulo, que sublinha que a falta de informação foi um factor negativo no início desse processo. “Em Março, quando recebemos a determinação daquele órgão, não sabíamos como nem o que fazer. Mas agora a situação está esclarecida”, admite.Segundo Artur Filho, presidente da Junta de Poiares, no Peso da Régua, “o recenseamento está a “decorrer bem”, entretanto, “grande parte da população local mantém as aves em capoeiras cobertas ou fechadas”, o que garante a segurança sanitária dos moradores.Em Galafura, também na Régua, a população ainda não aderiu totalmente a iniciativa. “Aqui na freguesia, o aviso da obrigatoriedade do recenseamento foi feito de várias maneiras, como através de editais e do pároco local, mas pouca gente procurou registar as suas aves”, afirma José Leonor, responsável por esta freguesia.Já em Lamego, o presidente da Junta de Várzea de Abrunhais, Ângelo Lourenço, confirma o registo de oito galinheiros, “mas faltam ainda contabilizar pelo menos mais dez”. “As pessoas estão a fazer o recenseamento porque têm receio de possíveis penalizações”, considera este autarca.Por seu turno, Manuel Coutinho, vereador do Ambiente da Câmara de Lamego, assume que a “Câmara está a dar cumprimento ao Aviso n.º 3 da Direcção Geral de Veterinária e oficiou todas as Juntas de Freguesia dando conta das determinações, mormente o aviso sobre o preenchimento das fichas de rastreio das explorações agrícolas e capoeiras”. O mesmo aviso foi propalado nas missas pelas freguesias rurais, explicou o vereador.Manuel Coutinho refere ainda que, no que respeita à venda de aves na Feira Semanal de Lamego, “há três meses foi levantado o embargo de venda desses animais”, ainda que, neste momento, os vendedores estejam obrigados a rigorosas medidas de higiene e segurança.Em Castro Daire, a freguesia de Mesio conta com 33 aves, sendo quatro pombos e as restantes galinhas. Estes dados são avançados pelo presidente da Junta, Delfim Morgado, que garante que o número representa menos de um terço das aves da freguesia.“Algumas pessoas estão a isolar as suas aves e outras estão a matá-las”, finaliza este responsável.

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