Presidente de Portugal envia condolências ao “povo irmão” pelas vítimas das cheias

 

Jornais de todo o mundo destacaram a maior tragédia natural no Brasil, na região serrana do Rio de Janeiro. 

Da RedaçãoCom agências

Valter Campanato/ABr

>> Em Nova Friburgo, o bairro Duas Pedras ficou destruído com as fortes chuvas, na região serrana do Rio.

 

 

O Presidente da República portuguesa, Cavaco Silva, enviou uma mensagem de condolências à Presidente brasileira, Dilma Rousseff, demonstrando “profundo pesar e sentida solidariedade” ao “povo irmão”, após cheias e deslizamentos de terras terem provocado mais de 500 mortos.

Cavaco Silva manifestou ainda “grande consternação” ao tomar conhecimento do “elevado número de vítimas e avultados prejuízos materiais” provocados pelas fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. Segue abaixo a mensagem de condolências do Presidente Aníbal Cavaco Silva:

“Foi com grande consternação que tomei conhecimento dos trágicos efeitos das fortes chuvas que vêm atingindo vastas regiões do Brasil, provocando um elevado número de vítimas e avultados prejuízos materiais. Nesta hora difícil e de grandes desafios quero transmitir a Vossa Excelência, ao povo irmão do Brasil e, muito especialmente, às famílias das vítimas, os sentimentos do nosso profundo pesar e sentida solidariedade”.

Também o presidente da Angola encaminhou uma mensagem de pesar “com enorme tristeza” a Dilma Rousseff por conta da tragédia no Rio, citou. “Perante esta catástrofe natural, de dimensão inédita, cumpre-me nesta hora difícil e de consternação, em nome do Povo Angolano e no meu próprio, apresentar a Vossa Excelência, ao Governo e ao Povo irmão do Brasil as minhas profundas condolências e o sentimento de solidariedade, que peço transmitir às famílias das vítimas”, enviou José Eduardo dos Santos, presidente angolano.

O Governo português assegurou, em 13 de janeiro, que nenhum português pediu auxílio, até então, na sequência das chuvas que estão a provocar cheias e deslizamentos de terras no Estado do Rio de Janeiro. Fonte do gabinete do secretário de Estado das Comunidades, em Lisboa, esclareceu que não houve nenhum pedido de ajuda de nenhum português e que não há qualquer recomendação quer em relação a viagens para o Brasil, quer em relação a quem já lá se encontra.

Este, que foi o maior desastre natural da história do Brasil, foi manchete em diversos jornais e emissoras de televisão em todo o mundo. O portal da BBC trouxe o título “Teresópolis: moradores contabilizam perdas e buscam familiares. Bombeiros procuram sobreviventes com retroescavadeiras”.

No jornal luso Público, o destaque era “Brasil: 516 mortos e o medo de saques depois das cheias. Várias lojas no centro de Teresópolis fecharam as portas com medo dos saques, um grupo de homens armados correu pelas ruas a ameaçar com um arrastão”. O jornal Expresso também destacava a mesma notícia: “Boatos sobre saques assustam moradores”, na sequência da notícia: “Enxurradas já mataram mais de 500 pessoas”.

O Diário de Notícias destacava a tragédia com “Centenas procuram parentes em morgues improvisadas. Na cidade brasileira de Teresópolis, a 100 km do Rio de Janeiro, centenas de pessoas acorrem desesperadas a duas morgues improvisadas, à procura de parentes desaparecidos nas violentas enxurradas dos últimos dias”.

O jornal esportivo Record também divulgou que “Dilma visitou zonas afetadas pelas cheias no Rio de Janeiro”. Ainda em Portugal, o portal da TVI destacou “Mulher resgatada da enxurrada: Não sei como estou viva”, mencionando as imagens que percorreram o mundo, quando vizinhos conseguiram salvar Ilair Pereira de Souza, 53 anos, que estava em cima da laje de sua casa. Ela acabou perdendo o cachorrinho que segurava no momento do resgate, que acabou sendo levado pelas águas, mas conseguiu se salvar com a ajuda dos vizinhos que a puxaram por uma corda. O episódio foi relatado também no jornal The New York Times. Ao título: “Número de mortos cresce no dilúvio brasileiro”, a reportagem mostra o vídeo do resgate e descreve o maior desastre natural da história do Brasil.

 

O maior desastre da história

A presidente do Brasil Dilma Rousseff visitou as áreas atingidas pelas chuvas. Ela decretou luto oficial de três dias, desde 14 de janeiro, pelas vítimas dos temporais que assolaram vários municípios do país, principalmente na região serrana do estado do Rio de Janeiro. As fortes chuvas e os deslizamentos de terra nos municípios fluminenses de Nova Friburgo, Petrópolis, Teresópolis e Sumidouro mataram mais de 700 pessoas, segundo o mais recente boletim divulgado pelo governo do Rio, um número que ainda pode aumentar.

A cidade de Nova Friburgo foi a mais atingida pelas chuvas. Centenas morreram e várias casas, ruas e estradas foram completamente destruídas ou parcialmente danificadas em diversos pontos da cidade, inclusive no centro.

Um montante de R$ 100 milhões foi destinados pelo governo federal para socorrer imediatamente as vítimas da tragédia. Entre as iniciativas, estão o abastecimento de ambulâncias, viaturas, caminhões e aeronaves que trabalham no resgate e o transporte de alimentos e medicamentos.

“O que está havendo é um apoio extraordinário e uma solidariedade nunca vista”, afirmou vice-governador e secretário de Obras do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão. “Acredito que, diante de uma catástrofe inimaginável, a gente vem dando uma resposta muito rápida”, acrescentou, referindo-se às ações do governo federal e de diferentes segmentos da sociedade. Ele também elogiou o apoio dado pelo governo federal. “A própria presidenta Dilma Rousseff esteve pessoalmente sobrevoando a região e já mandou que três dos seus ministros retornem à região.” Os ministros Fernando Bezerra (Integração Nacional), Nelson Jobim (Defesa) e José Eduardo Cardozo (Justiça) voltaram à serra fluminense dia 18.

Também entrou em vigor, dia 17, um decreto assinado pela presidente Dilma, que define em R$ 5,4 mil o valor máximo de saque na conta vinculada do FGTS por trabalhadores vítimas de desastres naturais.

A medida vale para o trabalhador, titular de conta vinculada do FGTS, que resida em áreas em que tenha sido decretada situação de emergência ou estado de calamidade pública. Para que o trabalhador tenha direito ao saque, o intervalo entre uma movimentação na conta do FGTS e outra não deve ser inferior a 12 meses. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, a movimentação da conta vinculada só pode ocorrer após o reconhecimento da situação de emergência ou do estado de calamidade.

 

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