Portuguesa vence festival de filmes na ONU com animação sobre o desperdício de água

Da Redação

A animação “Aquametragem” da portuguesa Marina Lobo, foi a vencedora do Festival de Filmes ODSs em Ação, na categoria “Protegendo o nosso planeta”.

A obra foi produzida com o objetivo de sensibilizar o mundo para uma mudança de comportamento no modo de consumo da água e para um uso eficiente que contribua para uma maior sustentabilidade hídrica.

Marina recebeu o prêmio na sede da organização. Em entrevista na ONU, a animadora explicou que a nova geração inspirou a obra em curta-metragem, que foi produzida pela Agência de Energia e Ambiente de Lisboa.

“O processo de criação foi um bocadinho inspirado nos meus filhos. No olhar para eles e sentir que eu quero muito que eles tenham acesso à água como eu tenho, que para nós é uma coisa quase que garantida e, corremos o risco que deixe de ser. Então achei que se eu tentasse contar uma história que passasse por aí, por sensibilizar as pessoas e os filhos delas. Se nós pais, e as gerações de agora, não cuidarem da água, os nossos filhos não vão ter esse acesso que nós temos.”

Além de animadora, Marina é também engenheira ambiental. Ela explicou que a ideia era fazer uma animação sobre o tema da água, para sensibilizar sobre o uso eficiente desse recurso, tanto para adultos quanto crianças.

“Então uma das preocupações da Lisboa E-Nova, que foi quem produziu a curta, era que a história também focasse muito nos 5 Rs, reduzir o consumo da água, reutilizar a água, reciclar a água, reduzir o desperdício, e recorrer a fontes alternativas de água.”

O objetivo nº 6 dos ODSs tem como meta alcançar o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos até 2030. A competição das Nações Unidas oferece aos cineastas amadores e profissionais em todo o mundo a oportunidade de enviar filmes de até 20 minutos.

O evento é coordenado pela Departamento dos Assuntos Econômicos e Sociais da ONU sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis, ODSs, e envolve curtas-metragens que destacam as ações de pessoas e organizações no mundo em prol das 17 metas globais.

Filme brasileiro

Também o cineasta e videoartista brasileiro Tadeu Jungle foi vencedor do Festival de Filmes ODSs em Ação, com o filme Rio de Lama, na categoria Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em realidade virtual/360 graus.

“É um prêmio importante para o Brasil recebê-lo. Eu acho que ele vai fortalecer uma série de princípios que a gente está tentando estabelecer lá. O Rio de Lama é um documentário que tem nove minutos de duração. Ele foi feito em realidade virtual. Esses filmes que você assiste através dos óculos. É tecnologia imersiva onde você está dentro da situação.”

Jungle disse que o cenário e as circunstância do filme foram únicos. A experiência imersiva retrata o desastre ambiental na cidade brasileira de Mariana, em Minas Gerais. Os detalhes sobre a produção foram acompanhados por uma audiência internacional em conversa sobre tendências emergentes na ação dos ODS.

“O Rio de Lama foi feito sobre o desastre de Mariana, em 2015, e foi lançado em 2016. É um filme que eu considero transformador e histórico na medida em que tem um registro da cidade de Bento Rodrigues, que foi arrasada pelo rompimento da barragem da Vale e da Billington. Ali, a gente conta uma história de uma saudade ou de uma ausência. Eu entrevistei os moradores. Eu fiz no calor da tragédia, eu fui para lá fazer o filme e não tinha um roteiro. Eu não tinha um script. Eu não tinha porque era um documentário feito no calor da situação.”

“O prêmio é muito importante porque é um prêmio dado pela ONU. Eu acho que ele vai-nos ajudar a fortalecer, não somente essas causadas barragens em si, mas também do meio ambiente da luta pelo meio ambiente. E por todas as lutas que estão se fazendo hoje que são muito importantes. A demarcação das terras indígenas é muito importante. A questão do extrativismo e da mineração ilegal na Amazônia e nós temos muitas causas muito importantes. Esse filme vai nos ajudar. Vai ser noticiado e a gente vai falar mais sobre isso como a gente está falando aqui e agora.”

O festival foi lançado do ano passado em conexão com o Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece anualmente na sede da ONU.

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