Português tem ensino fraco no estrangeiro

Vanessa Sene, Da Redação

Discutida entre conselheiros do CCP (Conselho das Comunidades Portuguesas), foi constatada mais uma vez a situação do fraco ensino português no estrangeiro. “Mais uma vez foi constatada a ausência de uma política de língua para as Comunidades portuguesas e mais uma vez, o Conselho das Comunidades considera que o ensino do português no estrangeiro é a base fundamental para a preservação identitária portuguesa” traz o documento divulgado pelo órgão.

Para o órgão, o ensino do português deveria estar presente desde a pré-escola, numa política de ensino bilíngüe. A intenção seria incluir a língua portuguesa nos currículos dos países estrangeiros, financiado pelas autoridades locais.

Mas alguns países têm retirado da grade curricular o ensino da língua portuguesa, como recentemente aconteceu na Holanda, ou está acontecendo na Alemanha, onde já ocorreu em alguns estados federais, e outros mais estão aderindo.

A partir deste ano o governo português não reuniria professores para ensinar a língua portuguesa no estrangeiro, e sim recorreria a contratação de professores locais. Segundo o órgão, até hoje não houve nenhuma contratação.

Da mesma forma como seria alterada a tutela do ensino do português no estrangeiro do Ministério da Educação para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o que também não foi feito. “O início do ano escolar aproxima-se a passos largos – em certos países começa já no início de Agosto – e o Governo português parece ter esquecido de preparar o ano escolar no estrangeiro” acusa o órgão.

O Canadá e Estados Unidos são exemplos de países que não há professores de português em que o governo não investe. Ou mesmo de escolas comunitárias citadas pelo CCP como “formas alternativas, implementadas pelas próprias Comunidades portuguesas, substituindo-se aos próprios Governos. O Governo tem de regulamentar estas escolas e apoiá-las para que o ensino aí prestado seja de qualidade”.

Para o CCP, é importante “uniformizar” a rede de coordenadores e conselheiros de ensino, que funcionam junto às embaixadas em alguns países, promovendo-os através de concurso público.

O Conselho das Comunidades Portuguesas abordou a importância de um debate nacional e intervenções importantes neste início de ano escolar, e solicitou “com urgência” reunião com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, a Ministra da Educação, a Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros, e a Comissão Parlamentar de Educação, Ensino superior e Cultura.

“Sem língua portuguesa não haverá Comunidades e Portugal não rentabilizará o potencial gigantesco (que atualmente desperdiça) nas áreas culturais, econômicas”. O CCP divulgou os resultados da reunião de trabalho do seu Conselho Permanente, que aconteceu em Frankfurt, na Alemanha, em 29 de abril, com intuito de debater a atual situação do ensino do português no estrangeiro. 

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