Portugal vai receber “um milhão de testes” de diagnóstico Covid-19

Mundo Lusíada
Com Lusa

Portugal vai começar distribuir 90 mil zaragatoas – kits para recolha de amostras para análise do novo coronavírus, da garganta e nariz – e ainda prevê receber na sexta-feira “um milhão de testes” de diagnóstico da covid-19, segundo o secretário de Estado da Saúde.

“Foi reforçada a distribuição de zaragatoas [um dos materiais necessários para a realização dos testes de rastreio ao novo coronavírus]. Nos dias 5 e 6 de abril, foram recebidas 90 mil, cuja distribuição será feita pelo Infarmed [Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde], em colaboração com o laboratório militar”, anunciou António Lacerda Sales.

Na conferência de imprensa diária para fazer o balanço da pandemia de covid-19 no país, o governante revelou que o país vai receber, na sexta-feira, “mais de um milhão de testes para a reserva nacional” e, “até 17 de abril”, mais “um milhão de kits de extração”.

Portugal também poderá começar ainda em abril os primeiros testes à imunidade da população ao novo coronavírus, segundo o presidente do Instituto Ricardo Jorge, salientando que ainda não é o momento de começar a fazer estes testes em massa.

“Nós prevemos que no final do mês de abril ou na primeira semana de maio se arranque este primeiro inquérito piloto a uma população de cerca de 1.700 pessoas” a quem será feita uma análise serológica, para saber se desenvolveram anticorpos para a covid-19, afirmou Fernando Almeida.

O responsável pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) salientou que “é discutível que se possa agora fazer testes em massa para detectar anticorpos” e que os países que já os iniciaram estão em fases diferentes da pandemia relativamente a Portugal.

“Sabemos pelos números que temos e pela curva epidêmica que estamos, felizmente, a controlar, que o número de imunizados, de pessoas que desenvolveram esses anticorpos, é relativamente pequeno”, afirmou. Isso só acontecerá “quando for admissível que a população tenha níveis de imunidade mais elevados”.

Para já, com os testes piloto, irão medir-se “as primeiras proporções de imunização”, avaliando se as pessoas tiveram contato com o novo coronavírus e se desenvolveram anticorpos e se estão “eventualmente imunizadas”. Fernando Almeida frisou que ainda não é claro se “a imunidade é duradoura ou não”.

Em Portugal, segundo o balanço feito pela Direção-Geral da Saúde, foram confirmadas 409 mortes, mais 29 do que na véspera (+7,6%), e 13.956 casos de infecções confirmadas, o que representa um aumento de 815 em relação a quarta-feira (+6,2%).

Dos infectados, 1.173 estão internados, 241 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 205 doentes que já recuperaram.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registrados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois de prolongado pela Assembleia da República.

Região norte

O relatório indica que a região Norte é a que registra o maior número de mortos (224), seguida da região Centro (104), da região de Lisboa e Vale do Tejo (72) e do Algarve, com oito mortos. O boletim dá conta de um óbito nos Açores.

Das 409 mortes registradas, 265 tinham mais de 80 anos, 88 tinham idades entre os 70 e os 79 anos, 42 entre os 60 e os 69 anos, 10 entre os 50 e os 59 anos e quatro óbitos entre os 40 aos 49 anos.

Das 13.956 pessoas infetadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria (12.783) está a recuperar em casa, 1.173 (menos 38, menos 3,1%) estão internadas, 241 (menos 30, -11,1%) das quais em Unidades de Cuidados Intensivos.

Os dados da DGS, que se referem a 78% dos casos confirmados, precisam que Lisboa é o concelho que regista o maior número de casos de infeção pelo coronavírus SARSCov2 (797), seguida do Porto (776 casos), Vila Nova de Gaia (631), Gondomar (587), Braga (521), Maia (512), Matosinhos (444), Valongo (429), Sintra (334) e Ovar (275).

Desde o dia 01 de janeiro, registraram-se 115.158 casos suspeitos, dos quais 3.801 aguardam resultado das análises.

O boletim epidemiológico indica também que há 97.401 casos em que o resultado dos testes foi negativo. O número de doentes recuperados aumentou para 205 (eram 196).

A região Norte continua a registrar o maior número de infeções, totalizando 8.102, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo, com 3.451 casos, da região Centro (1.905), do Algarve (260) e do Alentejo, que hoje apresenta 94 casos.

Há ainda 91 pessoas infectadas com o vírus da covid-19 nos Açores e 53 na Madeira. A DGS regista 24.708 contatos em vigilância pelas autoridades (menos 227 do que na quarta-feira).

A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 40 aos 49 anos (2.483), seguida dos 50 aos 59 anos (2.457), dos 30 aos 39 anos (2.013) e dos 60 aos 69 anos (1.780).

Há ainda 206 casos de crianças até aos nove anos, 351 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos e nas idades entre os 20 e os 29 anos há 1.444 casos.

Os dados indicam também que há 1.284 casos de pessoas com idades entre os 70 e os 79 anos e 1.938 com mais de 80 anos. Globalmente, há em Portugal 7.994 mulheres infetadas e 5.962 homens.

Segundo o relatório da DGS, 159 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 118 de França, 68 do Reino Unido, 43 da Suíça, 42 dos Emirados Árabes Unidos, 29 de Itália, 25 de Andorra, 22 do Brasil, 19 dos EUA, 16 dos Países Baixos, 14 da Austrália, 12 da Argentina, nove da Bélgica, nove da Alemanha, sete da Áustria, cinco do Canadá e quatro da Índia.

Segundo a DGS, 58% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 45% febre, 31% dores musculares, 28% cefaleia, 23% fraqueza generalizada e 17% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 78% dos casos confirmados.

A covid-19, causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, é uma infeção respiratória aguda que pode desencadear uma pneumonia.

Portugal, em estado de emergência até 17 de abril e onde o primeiro caso foi confirmado em 02 de março, está já na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil. Dos casos de infecção, mais de 312 mil são considerados curados.

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