Portugal: Manifestantes exigiram demissão do governo no Parlamento

Mundo Lusíada
Com Lusa

Populares protestam durante a sessão plenária na Assembleia da República, 11 de julho de 2013. Foto: JOSE SENA GOULAO / LUSA
Populares protestam durante a sessão plenária na Assembleia da República, 11 de julho de 2013. Foto: JOSE SENA GOULAO / LUSA

Mais de uma centena de pessoas exigiram a demissão do Governo nas galerias do parlamento português, durante um debate que incluía as alterações na Função Pública, entre outras propostas.

Depois de atirarem balões, cartões amarelos e vermelhos sobre as bancadas parlamentares, os manifestantes gritaram “demissão já” durante cerca de dez minutos, após o que foram retirados pela polícia.

Os manifestantes estiveram nas bancadas desde o início dos trabalhos, pelas 15:00 (horário de Lisboa), e começaram a manifestar-se após o fim da intervenção do secretário de Estado da Administração Pública, Hélder Rosalino, e quando o secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, iniciava a sua intervenção.

Após o ato, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, que pediu a remoção dos manifestantes, criticou o protesto e admitiu mesmo rever as regras de acesso da população às galerias.

Presidência
O Presidente português, Cavaco Silva, reuniu-se hoje com o secretário-geral do PS, António José Seguro, para analisar a proposta de “compromisso de salvação nacional” que propôs.

Após o pronunciamento do presidente, o PS divulgou nota respeitando mas discordando da não realização de eleições para setembro. “O PS reafirma que não apoiará, nem fará parte de nenhum Governo sem que os Portugueses manifestem democraticamente a sua vontade, através da realização de eleições” diz a nota, que traz ainda não rejeitar nenhum diálogo com demais partidos.

Opiniões diversas
O ex-ministro socialista Pedro Silva Pereira acusou o Presidente da República de “deixar uma bomba atómica de dissolução da Assembleia da República ao retardador” na declaração que fez ao país. O socialista defendeu que “a partir daqui a contagem decrescente começou para o fim deste governo e isso quer dizer que o Presidente não acredita neste governo”. Pedro Silva Pereira disse também “não entender” a decisão do Presidente da República de marcar eleições antecipadas para 2014.

Já o ex-ministro das Finanças Bagão Félix afirmou que a proposta “é arriscada de concretizar, a mais difícil, mas a melhor”. António Bagão Félix qualificou a intervenção de Aníbal Cavaco Silva como “muito responsável” e considerou que a hipótese aventada de eleições antecipadas “era a pior de todas” que iria fazer o país “retroceder numa situação de emergência nacional” afirmou. “As outras soluções aparentemente mais expeditas e fáceis, mas são piores para o país, designadamente a antecipação de eleições para agora”, sublinhou.

O ex-candidato à Presidência Manuel Alegre afirmou que a proposta de eleições para 2014 é uma “manobra de diversão” do Presidente para não demitir o Governo e convocar eleições antecipadas. Segundo ele, Cavaco Silva “não fez o que deveria fazer, de acordo com os seus poderes constitucionais”, ou seja, demitir o governo e convocar eleições antecipadas, devido à crise política, preferindo escudar-se “no programa de ajustamento e na confiança dos mercados”.

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