Portugal confirma primeiro caso da gripe suína

Mudança no nome da doença, anteriormente chamada de gripe suína, foi anunciada ao Sistema das Nações Unidas; o motivo seria o fato de que o vírus não foi encontrado em porcos.

Mundo LusíadaCom Lusa

A ministra portuguesa da Saúde, Ana Jorge, anunciou na segunda-feira, 04 de maio, o registro do primeiro caso de gripe A (H1N1) – anteriormente chamado de gripe suína – confirmado em Portugal. A suspeita surgiu em 30 de abril, quando o ministério português da Saúde anunciou que uma mulher se encontrava em observação num hospital de Lisboa.

No dia, o secretário de Estado luso da Saúde, Manuel Pizarro, disse que a paciente, apresentava uma "situação clínica bastante favorável". Em 1º de maio, a ministra portuguesa havia esclarecido que a mulher, de 30 anos, se encontrava em casa. O teste que realizou no Instituto Ricardo Jorge, em Lisboa, deu positivo para o vírus da gripe tipo A. Além disso, os testes seguiram para os laboratórios certificados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Londres.

"A senhora apresentava um quadro compatível com o das pessoas infectadas pelo vírus e, como tinha vindo de uma zona infectada, o México, está em casa, com indicação para o cumprimento das regras anti contágio: o uso de uma máscara e a lavagem frequente das mãos", esclareceu então a ministra.

"Todas as pessoas com quem ela contatou depois de regressar estão sinalizadas", afirmou Ana Jorge, para quem "o domicílio é o melhor lugar para a senhora estar, pois permite ter uma noção correta das pessoas com quem convive".

Portugal descarta risco de transmissão humanaA ministra portuguesa da Saúde porém afirmou que a confirmação de um caso em Portugal não representa uma “preocupação acrescida”, garantindo que não existe "qualquer risco de transmissão a terceiros".

Em entrevista coletiva, Ana Jorge confirmou que o único caso de gripe A (H1N1) que estava sob investigação em Portugal se confirma, assegurando que a paciente em causa não apresenta sintomas gripais há vários dias, nem representa “qualquer risco de transmissão da infecção a terceiros” e que já teve “alta clínica”.

Os familiares e o grupo que a acompanharam numa viagem ao México foram identificados e estão sendo acompanhados pelas autoridades de Saúde, mas segundo Ana Jorge não registraram quaisquer sintomas até o momento.

A governante disse ainda que todas as restantes análises realizadas até agora no Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) deram resultados negativos para o vírus H1N1 do tipo A. “Não existe atualmente qualquer caso sob investigação laboratorial” em Portugal.

Ana Jorge frisou ainda que as medidas ativadas no país demonstraram serem as “mais adequadas” e que, mesmo perante uma doente que já não apresentava sintomas, não foi negligenciado qualquer procedimento.

A confirmação deste caso não justifica, assim, a alteração das medidas tomadas até agora por causa da gripe A (H1N1), provocada por um novo vírus que está espalhando-se pelo mundo a partir do México. “O atual nível pandêmico da Organização Mundial da Saúde, o nível cinco, significa que existem um ou mais pequenos surtos no mundo com transmissão de pessoa a pessoa, mas em Portugal não existe evidência de transmissão entre pessoas”, disse.

OMS passa a chamar gripe de Influenza A (H1N1) A Organização Mundial da Saúde, OMS, informou em 30 de abril sua decisão de passar a chamar a epidemia de gripe, de Influenza A (H1N1) em vez de gripe suína, o que estava fazendo desde o anúncio dos primeiros casos da doença. Para a agência, o vírus não foi encontrado em porcos e por isso a nomenclatura "gripe suína" seria inapropriada.

A OMS lembrou que a transmissão está ocorrendo de forma direta entre seres humanos. No início desta semana, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, enviou uma equipe ao México para pesquisar o vírus, segundo a Rádio ONU em Nova York.

Um especialista em Saúde Animal da FAO, Jan Slingenbergh, disse à Rádio ONU, de Roma, que não havia qualquer razão para associar os porcos à nova forma de influenza.

Slingenbergh afirmou que era normal as pessoas pensarem que o vírus é transmitido por porcos após ter sido chamado de gripe suína. Para o especialista, todas as provas disponíveis até agora não indicam qualquer associação com o rebanho. A FAO também informou que o consumo de carne de porco não é arriscado.

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