Portugal com o maior número de novos casos por milhão de habitantes

Da Redação
Com agencias

Portugal começou esta semana sendo o país do mundo com maior número de novos casos de infecção pelo novo coronavírus por milhão de habitantes, de acordo com vários ‘sites’ que fazem o acompanhamento estatístico da pandemia da covid-19.

Com algumas variações, o país é o único no mundo com mais de mil casos por milhão de habitantes na média dos últimos sete dias, segundo o ‘site’ Our World in Data (1.018 casos), da Universidade de Oxford, e o português Eyedata (1.014 casos), com dados atualizados no domingo e divulgado nesta segunda-feira.

Em termos de casos totais por milhão de habitantes, Portugal surge em 20.º lugar com 53,9 numa lista em que os pequenos territórios como Andorra, Montenegro ou San Marino surgem à cabeça, antes de o primeiro país de grande dimensão, os Estados Unidos, que figura em sexto lugar, com 72,3 casos por milhão.

Na lista do Eyedata, os Estados Unidos figuram em quarto lugar a seguir aos pequenos territórios e Portugal surge em 17.º lugar em total de casos por milhão de habitantes (53,7).

No Our World in Data, Portugal surge em segundo lugar no número de mortes por milhão de habitantes nos últimos sete dias (14,9), só superado pela Eslovénia (19,2).

O Eyedata, que contabiliza o número de mortes por milhão desde o início da pandemia, coloca Portugal (866 por milhão), no 30.º lugar desta lista liderada de longe pela Bélgica, com 1.770 mortes por milhão de habitantes atribuídas à covid-19, e pela Eslovênia, com 1.523.

No Eyedata, Portugal era o 18.º país do mundo com mais testes por milhão de habitantes (610.311 testes no total). De acordo com o Our World in Data, o país tem uma taxa de 18 por cento de testes positivos face aos realizados.

E nesta terça-feira, Portugal contabilizou 218 mortes, novamente um novo máximo de óbitos em 24 horas, relacionados com a covid-19, e 10.455 novos casos de infecção pelo novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Quase metade das mortes registraram-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (88 mortos). Na segunda-feira as autoridades de saúde deram conta da morte, no total, de 167 pessoas em 24 horas.

Hospitais e médicos

O Hospital de Cascais informou neste dia 18 que está com 100% de ocupação para doentes covid-19 em enfermaria e Unidade de Cuidados Intensivos, quando existiam 16 doentes infectados na UCI e 93 em enfermaria, o que corresponde a uma ocupação total.

Várias unidades hospitalares do país têm dado conta nos últimos dias de uma situação de ruptura nos serviços, devido à pressão de doentes internados, conforme confirmou a ministra da saúde.

No sentido de dar resposta às necessidades, alguns hospitais estão transferindo doentes para outras unidades de saúde ou a aumentar o número de camas.

Nesta terça-feira, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) responsabilizou o Ministério da Saúde, Governo e Presidente da República pela falta “inaceitável” do adequado planejamento da resposta à pandemia e pediu reforço dos meios.

Em comunicado, a SMZS sublinha que vários hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo estão “em situação de ruptura, sendo incapazes de assegurar o adequado atendimento de ‘doentes covid’ e ‘não covid’ em tempo útil.

Para o sindicato, a falta de meios humanos, de camas e até de oxigênio tem levado à acumulação dos doentes em maca, à porta dos hospitais e nas ambulâncias.

O Sindicato exorta o Governo a reforçar os meios de resposta à pandemia, não só nos serviços públicos, mas também requisitando a capacidade instalada dos serviços privados e do setor social.

Na sequência da situação de ruptura nos hospitais, o SMZS aconselha “todos os médicos a entregarem minutas de escusa de responsabilidade para que as administrações, e o próprio Ministério da Saúde, se consciencializem dos graves erros que estão a ser cometidos na gestão da pandemia”.

O SMZS faz também um apelo aos cidadãos para que cumpram as normas e evitem o contágio de forma a que o Serviço Nacional de Saúde possa assegurar um atendimento adequado a todos os que dele precisem, sublinhando que o aumento do número de infecções tem sido responsável por graves constrangimentos no atendimento nos serviços de urgência hospitalares.

“Com as urgências cheias, sucedem-se as filas de ambulâncias à porta de vários hospitais, onde os doentes acabam por ter de esperar várias horas, sendo necessário os médicos e enfermeiros abandonarem o serviço de urgência para prestarem cuidados nas ambulâncias, quando lhes é possível. Esta situação tem levado a indisponibilidade de ambulâncias para o transporte de doentes, covid e não covid”, adianta o sindicato.

O SMZS diz também ter conhecimento de que vários hospitais “não conseguem fornecer oxigênio com a adequada pressão aos doentes, problema que tende a agravar-se nos próximos dias”.

Novas medidas

O Conselho de Ministros reuniu extraordinariamente esta segunda-feira, para reforçar as medidas de combate à pandemia. E disse que vai aumentar a fiscalização por parte das forças de segurança, sobretudo nas imediações dos espaços escolares, além de acelerar a vacinação em estruturas residenciais para idosos, para concluir a primeira dose até final de janeiro.

Além das medidas já em vigor, o Governo português decidiu:

Proibir circulação entre concelhos aos fins-de-semana;
Exigir emissão e apresentação de declaração da entidade empregadora para quem circula na via pública por motivos de trabalho;
As empresas de serviços com mais de 250 trabalhadores devem comunicar à ACT nas próximas 48 horas a lista nominal de todos os trabalhadores cujo trabalho presencial considerem indispensável;
Limitar horários de funcionamento das lojas até às 20h00 em dias úteis e até às 13h00 aos fins-de-semana. Os estabelecimentos de retalho alimentar só podem funcionar até às 17h00 nos fins-de-semana;
Proibir vendas de bens ao postigo. No caso de cafés e restaurantes, a venda ao postigo só é permitida para produtos embalados e sem bebida;
Proibir o funcionamento de restaurantes em centros comerciais, mesmo em regime de take-away.
Proibir ajuntamentos e consumo de bens alimentares nas imediações de restaurantes e cafés;
Encerrar todos os equipamentos desportivos, incluindo courts de ténis e de padel ao ar livre;
Encerrar centros de dia, universidades sênior e espaços de convívio;
Proibir a permanência de pessoas em jardins e espaços públicos de lazer;
Proibir campanhas promocionais que promovam a deslocação de pessoas;
Funcionamento dos centros de ATL para crianças até aos 12 anos.

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