Piloto morre em Foz Coa em queda de avião de combate a incêndios

Mundo Lusíada com Lusa

O piloto de um avião anfíbio de combate a incêndios morreu após a queda da aeronave que pilotava se ter despenhado, numa vinha da Quinta do Crasto, em Castelo Melhor, concelho de Foz Coa.

“O óbito do foi decretado no local pela equipe médica do helicóptero Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O corpo do piloto ficou carbonizado e o avião anfíbio completamente destruído, não se conseguindo conseguindo identificar o modelo, mas tudo indica que se trata de um Fire Boss” , disse João Paulo Sousa.

De acordo com o comandante Nacional de Proteção Civil, André Fernandes, já foram enviados meios para o local, nomeadamente um helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica, meios de busca e salvamento da Força Aérea, meios dos bombeiros dos distritos da Guarda e de Bragança, elementos da Polícia Marítima, além de um helicóptero de coordenação da Proteção Civil.

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários vai mobilizar equipas de investigação de maneira a estar no local ao nascer do dia de amanhã.

O primeiro-ministro, António Costa, lamentou hoje a morte do piloto do avião de combate a incêndios, após a queda da aeronave em Castelo Melhor, no concelho de Foz Coa.

“Foi com grande consternação que tomei conhecimento do falecimento do piloto que operava uma aeronave que caiu esta tarde no combate ao incêndio em Torre de Moncorvo. Endereço as mais sentidas condolências à família e amigos”, pode ler-se, na publicação de António Costa na rede social Twitter.

Também o presidente manifestou pesar pela tragédia. Marcelo Rebelo de Sousa, que falava à estação CNN Portugal, endereçou uma mensagem de solidariedade à família do piloto, realçando que este foi “vítima do seu serviço à comunidade” de “combate aos incêndios”.

Gestão florestal é “tarefa imparável”

Pouco antes, o Presidente de Portugal tinha inclusive destacado não haver mortos resultantes de incêndios, mas que o verão está no início e defendeu que prevenção dos fogos e gestão florestal constituem “uma tarefa imparável”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas depois de participar numa iniciativa sobre emprego para os jovens, no antigo picadeiro junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

Questionado se foram aprendidas as lições do incêndio de Pedrógão Grande no que respeita à limpeza de terrenos, o chefe de Estado considerou que desde então “as pessoas compreenderam em muitos casos essa necessidade, houve instituições que atuaram, as autarquias fizeram um esforço grande ao longo dos anos para agir aí”.

“Mas há muito trabalho para fazer. Isso é inevitável, que é uma tarefa imparável aquela que tem a ver com os fogos e tem a ver com a prevenção dos fogos e com o criar uma gestão florestal e uma gestão das áreas que podem arder para o futuro. É uma tarefa que nunca está acabada, é evidente”, acrescentou.

O Presidente da República referiu que “neste ano o tipo de incêndios foi um bocadinho diferente dos anos anteriores, não foram tanto florestais, foram mais perto das povoações”, portanto, o combate também está ser diferente.

Sobre as reivindicações e queixas de autarcas relativas aos meios disponíveis para combate aos incêndios, o chefe de Estado considerou natural e legítimo que queiram “uma resposta imediata” para os respetivos municípios ou freguesias: “Essa é a função dos autarcas”.

Situação atual

A Proteção Civil registrava às 20:00 (hora local) seis incêndios florestais que mereciam “maior preocupação”, nos distritos de Viana do Castelo, Porto, Vila Real e Bragança, que mobilizavam 833 operacionais, apoiados por 279 meios terrestres.

Num balanço na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, Oeiras (Lisboa), o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, referiu que durante o dia houve o registro de 101 ignições, oito das quais ainda se mantinham ativas.

Segundo o comandante nacional, as ocorrências de incêndio “mais significativas e com maior preocupação” registram-se nos distritos de Viana do Castelo, do Porto, de Bragança e de Vila Real.

No distrito de Viana do Castelo lavra desde terça-feira um incêndio na freguesia do Lindoso, concelho de Ponte da Barca, que mobilizava pelas 21:30 o maior número de operacionais, 229, apoiados por 75 viaturas, segundo ANEPC.

No distrito do Porto, dois incêndios que deflagraram no concelho de Baião também são motivo de preocupação para as autoridades, um na freguesia de Teixeira, que mobilizava 164 bombeiros e 56 meios terrestres, e outro em Lordelo, com 106 operacionais e 30 meios terrestres.

No distrito de Bragança, os bombeiros continuam a combater as chamas na localidade raiana de Petisqueira, envolvendo 150 operacionais e 57 meios terrestres e no concelho de Torre de Moncorvo, onde o incêndio que deflagrou esta tarde, pelas 17:22, mobiliza 56 operacionais e 20 meios terrestres.

Também esta tarde, deflagrou um incêndio no distrito de Vila Real, no concelho de Chaves que, pelas 21:30 estava a mobilizar 141 operacionais e 43 meios terrestres.

O comandante da ANEPC ressalvou ainda que as autoridades continuam também a acompanhar ocorrências significativas que se encontram em fase de rescaldo.

Nesses trabalhos, a Proteção Civil tem empenhados 1.930 operacionais, 575 meios terrestres e três meios aéreos.

Os incêndios que lavram nos últimos dias também obrigaram à retirada de 867 pessoas de diversas localidades do país.

No ‘briefing’, André Fernandes reiterou ainda que o risco de incêndio “continua a ser extremo”, sublinhando que o país atravessa a pior seca de que há registro.

Portugal Continental está em situação de contingência até domingo devido às previsões meteorológicas, com temperaturas muito elevadas em algumas partes do país, e ao risco de incêndio.

Cinco distritos de Portugal continental mantêm-se sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

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