Pessoa e Camões dão faces a edição limitada de moeda

Da Agencia Lusa

Fernando Pessoa e Camões foram escolhidos pelo escultor José Simão para ilustrar a nova moeda de coleção de 2,5 euros, que na terça-feira 26 de maio, entra em circulação em Portugal, explicou o autor à Agência Lusa.

A moeda, da coleção "A Língua Portuguesa", começou a ser distribuída a partir deste dia 26 pelas tesourarias das instituições de crédito e do Banco de Portugal, anunciou a instituição. A Casa da Moeda está autorizada a cunhar até 150 mil exemplares.

“Tentei encontrar os autores que podiam simbolizar com maior eficácia a língua portuguesa numa pesquisa com o apoio de Natividade Pires, especialista em literatura”, professora no Instituto Politécnico de Castelo Branco, disse o escultor José Simão, colega da docente no estabelecimento de ensino superior.

Com o perfil de Fernando Pessoa surge na moeda a inscrição repetida da frase “A Minha Pátria é a Língua Portuguesa”, e, no reverso, a imagem de Camões e as legendas “Língua Portuguesa” e “Patrimônio Cultural”.

“Camões e Pessoa levaram a nossa língua além fronteiras. Tentei cruzar isso com a nossa diáspora, que é o transporte da cultura e da língua”, explicou o autor.

Assim, o mar é o elemento comum às duas faces da moeda, ao lado das representações de Camões e Pessoa. “Os dois poetas viajaram, primeiro eles, depois os seus livros. E há um escudo que é levado pelas ondas” numa das faces da moeda, descreveu José Simão.

“Esse escudo é a língua portuguesa, mas é o povo português que vai nessa viagem. Estamos todos ali simbolizados”, disse.

Esta é a quinta moeda do escultor, desenhada no seu ateliê em Castelo Branco, onde reside. “Daqui saem duas bolachas de gesso com 200 milímetros, a partir daí são feitas provas em plástico rijo, por sua vez copiadas para metal que depois servem para cunhar as moedas”, explicou.

A moeda passou por vários desenhos antes de surgir o modelo definitivo. “O trabalho é mesmo assim: há sempre vários esboços até que temos que decidir”.

Num dos primeiros esboços, Camões e Pessoa ainda surgem na mesma face da moeda, mas depois separam-se, surgindo o resultado final.

A moeda dedicada à língua portuguesa surge num momento em que o acordo ortográfico está prestes a entrar em vigor, mas, para José Simão, com ou sem acordo, é sempre oportuno divulgar o idioma.

“Eu vejo a língua portuguesa a longo prazo. São os séculos que temos de história e que certamente vamos continuar a ter. Vejo-a como um veículo, transmissor da nossa cultura. É qualquer coisa que nos mantém como povo”, concluiu.

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