Peregrinos de 27 países participam no Santuário de Fátima e patriarca defende unidade da família

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Mundo Lusíada
Com Lusa

Em Portugal, D. Fouad Twal, patriarca latino de Jerusalém, presidiu em Fátima a peregrinação internacional sob o tema “Mãe do amor misericordioso”, nos dias 12 e 13 de maio, com a participação de mais de 100 grupos de peregrinos.

Milhares de peregrinos despediram-se das celebrações no santuário de Fátima, declarando-se com fé num país melhor, mas também com preocupações na bagagem no regresso a casa.

“Levo daqui a fé num país melhor, têm sido anos muito maus”, disse à Lusa Maria de Fátima Oliveira, oriunda de Guimarães, que cumpriu pela segunda vez uma peregrinação a pé até à Cova de Iria.

Confrontada com o apelo feito segunda-feira pelo bispo de Leiria/Fátima, António Marto, para que as pessoas não se abstenham nas próximas eleições, a peregrina garante que votou “sempre” mas percebe aqueles que “deixaram de acreditar” nos políticos. “Eles dizem que fazem uma coisa e depois apanham-se lá e fazem outra”, acusou.

Já Bernardino Nogueira, de Cabeceiras de Basto, deslocou-se com a mulher e diz levar de Fátima “mais força” para enfrentar as adversidades, enquanto Idalina Barros, da Maia, cumpriu a peregrinação pela 10ª vez, ao longo de seis dias, integrada num grupo de 42 pessoas.

As cerimónias da peregrinação internacional terminaram neste 13 de maio com a Procissão do Adeus, em que a imagem de Nossa Senhora de Fátima foi saudada pelos peregrinos com milhares de lenços brancos no percurso do altar até à Capelinha das Aparições.

Família
O patriarca latino de Jerusalém defendeu a “unidade da família”, considerando que esta é “baseada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher”, numa homília em que tornou a abordar o Médio Oriente.

“Devemos pensar na unidade da família, da família internacional – composta pelas nações e povos do mundo – e também da família eclesial, na bela diversidade das suas vocações, mas, e sobretudo, pensemos e trabalhemos pela família humana”, afirma Fouad Twal na missa de encerramento.

A propósito do Sínodo dos Bispos, convocado pelo papa Francisco, para outubro, em Roma, Fouad Twal refere que a família é “baseada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher”.

Fouad Twal aponta como exemplo “a riqueza da família no Oriente”, que “pode servir, em certo aspeto, de estímulo a muitas graves realidades que se vivem no Ocidente”, notando que “o amor e os laços familiares que se experienciam nos lares no Oriente são muito fortes”.

O patriarca latino de Jerusalém lembrou, de novo, a situação no Médio Oriente e a viagem do papa Francisco à Terra Santa este mês, referindo que “há muitos problemas no mundo e, particularmente”, nesta região. “Graves problemas políticos – sistemas e governos inteiros que não conseguem restaurar a continuidade e a serena convivência – os fanatismos religiosos, mas também de alguns grupos islamitas ou de alguns grupos de judeus extremistas”, adianta.

Lembrando os “‘check-points’ militares israelitas, que impedem a livre circulação dos habitantes árabes da Terra Santa e do mundo árabe para os seus lugares de culto e para os lugares onde vivem os seus familiares”, o patriarca refere as “centenas de milhares de refugiados, gente que perdeu tudo, casa, veículos, trabalho, terra, a sua dignidade”.

Segundo dados do santuário, concelebram a missa, que terminou com a procissão do adeus, 29 bispos e 420 padres, tendo-se inscrito nos serviços da instituição 153 grupos de 27 países.

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