Para exercer em Portugal, médico deve ter curso reconhecido por universidade portuguesa

Mundo Lusíada
Com Lusa

A Ordem dos Médicos esclareceu nesta quinta-feira, a propósito da possibilidade de mobilizar profissionais de saúde formados no estrangeiro, que qualquer médico para exercer em Portugal tem de ter curso reconhecido por universidade portuguesa e prova de comunicação médica.

Em resposta à agência Lusa a propósito do projeto de renovação do estado de emergência que o Presidente da República enviou para o parlamento e que permite mobilizar profissionais de saúde formados no estrangeiro, a Ordem dos Médicos (OM) explica que o reconhecimento por universidade portuguesa corre fora da OM, sob tutela do Ministério da Ciência e Ensino Superior, e é automático para os cursos da União Europeia.

Adianta ainda que a prova de comunicação médica, que avalia a compreensão escrita e oral em língua portuguesa, também em contexto clinico, é desenvolvida pelo Instituto Camões. A avaliação é feita por elementos do instituto e da OM.

“Cumpridos os dois pressupostos anteriores, os médicos reúnem condições para serem inscritos na OM e passar a exercer”, acrescenta a ordem, sublinhando que em 2020 tinha já 4.330 médicos estrangeiros inscritos. Só nos últimos três anos foram inscritos 500 médicos estrangeiros.

O projeto de renovação do estado de emergência que o Presidente da República enviou para o parlamento permite mobilizar também profissionais de saúde aposentados e reservistas.

Quanto a esta matéria, a Ordem lembra que o bastonário Miguel Guimarães promoveu em 2020 dois apelos aos médicos, sobretudo reformados ou fora do Serviço Nacional de Saúde (SNS), para reforçarem o combate à pandemia.

“Enviamos duas bases de dados ao Ministério da Saúde, com perto de 5.000 médicos, em março, e 1.000 médicos em dezembro. Uma parte significativa desses médicos eram reformados e, que seja do conhecimento da Ordem dos Médicos, muito poucos terão sido contactados”, refere a OM.

Portugal atingiu neste dia 28 novos recordes diários ao registrar 303 mortes relacionadas com a covid-19 e 16.432 casos de infecção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS). A região de Lisboa e Vale do Tejo é a que regista maior número de mortes (142) e de novos casos (8.621).

O boletim epidemiológico revela também que o número de doentes internados baixou ligeiramente. Hoje estão internadas 6.565 pessoas, menos 38 em relação a quarta-feira, das quais 782 em unidades de cuidados intensivos (menos uma nas últimas 24 horas).

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 11.608 mortes associadas à covid-19 e 685.383 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 180.076 casos, mais 7.183 do que na quarta-feira.

Variante em Lisboa

Perto de um terço dos casos de covid-19 no país podem corresponder à nova variante detectada no Reino Unido, e a Área Metropolitana de Lisboa pode representar quase metade dos casos confirmados, segundo um documento da Direção-Geral da Saúde.

O documento, divulgado pela ministra da Saúde, Marta Temido, no parlamento nesta quinta-feira, cita dados do laboratório Unilabs, os quais referem que “cerca de 32,2% dos casos podem corresponder à nova variante B.1.1.7, e na região da Área Metropolitana de Lisboa esta variante pode representar quase 50% dos casos confirmados”.

“No entanto, existem limitações inerentes a dados provenientes apenas de um laboratório, e podem não ser representativos”, adverte a Direção-Geral da Saúde.

Segundo o documento, a proporção da variante detectada no Reino Unido sobre o total de casos “tenderá a aumentar em virtude da vantagem seletiva da maior transmissão. Se for confirmado o aumento da letalidade associado à variante, é expectável um aumento da letalidade em Portugal”.

É ainda citado o relatório no NervTaga de 21 de janeiro que indica que a variante associada ao Reino Unido apresenta maior transmissibilidade quando comparada com outras variantes, como tem vindo a ser reconhecido internacionalmente.

Recentemente, com base em diferentes estudos realizados, identificou-se a possibilidade de que esta variante seja também mais letal.

Segundo um estudo da Public Health England, os indivíduos infetados com a variante detetada no Reino Unido tiveram um risco de morte de 1,65 vezes superior, quando comparado com os doentes infetados com outras variantes.

O documento apresentado por Marta Temido menciona também o caso identificado em Portugal da nova variante detectada na África do Sul, um homem de 36 anos, natural de África do Sul, residente em Lisboa.

A data de diagnóstico de covid-19 foi no passado dia 07 de janeiro e o caso está dado como recuperado desde o dia 17. Esta infeção deu origem “a um caso secundário, coabitante, igualmente vigiado e sem outros casos secundários conhecidos, refere a DGS.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.176.000 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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