Operação de emergência transfere hóspedes de hotel atingido por chuva no Rio

Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil

Da Redação
Com EBC

Uma operação de emergência foi montada para evacuar 400 hóspedes que estavam no Hotel Sheraton, que foi fortemente atingido pelo temporal de quarta-feira, no Rio de Janeiro. Além de ter a portaria invadida pela água, o hotel está sem luz, dependendo de geradores, mas que não são suficientes para alimentar todo o prédio, inclusive os elevadores.

O secretário estadual de Turismo, Otávio Leite, esteve no hotel e ajudou a organizar a operação, em cooperação com o diretor da Companhia de Engenharia de Tráfego do município (CET-Rio), Joaquim Diniz.

Segundo Leite, no momento da enxurrada havia cerca de 800 hóspedes no hotel, mas muitos saíram por conta própria. Os 400 restantes sairão por meio de um comboio de vans e ônibus, que os levarão até um outro hotel, que funciona ao lado do Riocentro, na Barra da Tijuca.

O Sheraton fica exatamente em frente ao local onde houve o desabamento de uma barreira e de uma árvore sobre dois ônibus, que deixou vítimas.

Os bombeiros que trabalham nas ferragens do ônibus da viação Jabour, no Rio, localizaram mais um corpo soterrado no interior do coletivo. O veículo trafegava pela Avenida Niemeyer, em São Conrado, na manhã deste dia 7, quando foi atingido por uma árvore que desabou e um deslizamento de terra.

Com a localização da segunda vítima no ônibus, subiu para seis o número de mortos em consequência da forte chuva que atingiu a cidade na noite de ontem.

Uma mulher que viajava no ônibus também foi atingida e morreu. O motorista sofreu ferimentos e foi levado para o hospital em estado de choque. Com o impacto do deslizamento de terra, o ônibus foi jogado contra a mureta da avenida, invadiu a ciclovia Tim Maia, com risco de cair no mar.

Duas retroescavadeiras estão sendo usadas nos trabalhos. Os bombeiros tentam retirar a árvore que caiu em cima do ônibus.

Durante o temporal, os ventos alcançaram até 110 km/h, de acordo com a Prefeitura do Rio de janeiro, ventos de 116 km/h são os mais baixos de um furacão.

O prefeito Marcelo Crivella esteve no local e decretou luto oficial de três dias. Segundo Crivella, o problema maior durante o temporal ocorreu na Avenida Niemeyer, que deve ficar interditada até amanhã. “Vamos ver a profundidade do solo, todos sabem que existe aqui uma rocha sã (rocha remanescente de superfície aplainada), com pouca profundidade e com solo de cobertura, que por ser fixo, retém água”, disse.

“Se essas árvores forem antigas, se forem frondosas e se o solo for raso, aí, sim, eu acho que vale a pena remover as árvores e plantar em outros lugares”.

Seis mortes
Além das duas vítimas na Niemeyer, duas pessoas de uma mesma família morreram em consequência do desabamento de uma casa em Pedra de Guaratiba, Isabel e Mauro Paes, mãe e filho. O marido de Isabel, Áureo Paes e o filho Arthur ficaram feridos e foram levados para o Hospital Lourenço Jorge.

Na Favela da Rocinha foi registrada mais uma morte em consequência de desabamento de uma barreira. No Vidigal, uma pessoa morreu atingida por um muro que desabou. As favelas ficam em São Conrado, na zona sul da cidade, uma das áreas mais atingida pelo temporal de ontem.

Liberação de pista
A liberação da Avenida Niemeyer, uma das principais vias de ligação entre a Barra da Tijuca e a zona sul, ainda não tem prazo definido, segundo Diniz.

Um dos dois ônibus atingido pela avalanche foi retirado por volta das 16h15. As operações prosseguem na retirada da árvore que caiu e da grande quantidade de lama, para só depois rebocar o outro ônibus.

O diretor da CET-Rio explicou que os trabalhos deverão prosseguir inclusive à noite e a via só poderá ser liberada quando a pista for limpa e houver garantia de que não haverá novos desmoronamentos.

Segundo a prefeitura, 170 árvores e seis postes foram derrubados pela forte ventania. A Defesa Civil recebeu 206 chamados, a maioria deles em bairros da zona oeste (Barra da Tijuca, Guaratiba e São Conrado).

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