Número de mortes na Itália aumenta 602 em 24 horas e país chega a 6.077

Da Redação
Com Lusa

A Itália registrou mais 602 mortes pela doença Covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o número total de vítimas mortais no país para 6.077, segundo os dados divulgados pela Proteção Civil italiana.

Os dados desta segunda-feira indicam contudo que o número de óbitos num só dia foi menor pelo segundo dia consecutivo.

O número de casos positivos de infecção com o novo coronavírus aumentou e atinge, neste momento, os 50.418, mais 4.289 casos face a domingo.

O diretor do Instituto Superior de Saúde (ISS), principal órgão público de aconselhamento científico em Itália, usou o exemplo sul-coreano de recurso à geolocalização como maneira de combater a pandemia da covid-19, rastreando o movimento das pessoas infectadas.

“Estamos em guerra e devemos responder com todas as armas que temos”, afirmou o diretor da ISS, Gianni Rezza, em entrevista ao jornal italiano La Stampa.

Segundo o próprio, os sul-coreanos adotaram “uma estratégia eficaz que reduziu o crescimento da curva epidêmica”.

“Realizaram testes rápidos, numerosos, mas direcionados, usando o mapa de movimentos de cada pessoa com resultado positivo, obtido graças à geolocalização dos telemóveis. Conseguiram identificar e isolar os sujeitos em risco, criaram aplicações que permitiam aos cidadãos conhecer áreas de maior trânsito de pessoas contagiosas, de maneira a evitá-las”, explicou.

A Coreia do Sul está a realizar uma campanha de triagem em massa. Parentes de todas as pessoas infectadas são sistematicamente procurados, a fim de lhes ser proposto um teste de despistagem.

Para o chefe do instituto italiano de pesquisa, controle e consulta técnico-científica em saúde pública, existem atualmente em Itália “centenas de milhares de pessoas em quarentena por serem positivas, ou em risco de o serem”.

No entanto, não são capazes de se manter a uma distância segura dos seus entes queridos, porque, em teoria, deveriam dormir num quarto separado, comer sozinhos e ter a sua própria casa de banho.

“É difícil para grande parte dos italianos. Se não levarmos em conta esse problema, interromper a atividade produtiva não vai ser suficiente”, avisou Gianni Reza.

Segundo o mesmo, o exemplo chinês deve ser seguido e isolar os que não podem ficar em quarentena em casa, talvez ao requisitar “hotéis ou quartéis”.

O responsável considera que 10% dos contágios se devem ao contato com pessoas assintomáticas ou que estão na fase que antecede o aparecimento de sintomas. Daí o interesse em “testar todos aqueles que tiveram contacto com uma pessoa positiva”.

A partir de quarta-feira, a Itália vai interromper a atividade de produção que não seja essencial para o fornecimento de bens essenciais à população.

“É inegável que nas fábricas a distância de segurança é difícil de observar e o contágio pode também ocorrer nos meios de transporte da viagem casa-trabalho”, concluiu, apoiando as medidas tomadas pelo Governo.

Acelera

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que há mais de 350.000 casos de covid-19 e que a pandemia está a acelerar, mas frisou que pode ser combatida.

“Não podemos ser prisioneiros das estatísticas. Podemos mudar a trajetória da pandemia”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus numa conferência de imprensa online, a partir de Genebra.

Para mudar essa trajetória são precisas táticas agressivas, disse o responsável, usando uma terminologia ligada ao futebol, numa conferência de imprensa em que, com a presença do presidente da FIFA, Gianni Ifantino, foi apresentada uma campanha para “expulsar o coronavírus” responsável pela covid-19.

Tedros Adhanom Ghebreyesus lembrou que passaram 67 dias desde foi relatado o primeiro caso do novo coronavírus e se atingirem 100.000 infeções, sendo preciso apenas 11 dias para se chegar a mais 100.000 e só quatro dias para outros 100.000. “Podemos ver como o vírus acelerou”, alertou, acrescentando que o vírus está agora em quase todo o mundo.

É por isso que, salientou o diretor-geral da organização, como no futebol não se vence um jogo apenas defendendo, são precisas táticas de ataque agressivas e direcionadas, não apenas ficando isolado em casa mas testando casos suspeitos, isolando os infetados, tratando os que precisam e monitorizando as redes de contatos dessas pessoas.

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