Nobel da Paz: “Continuaremos a apoiar os seus esforços corajosos”

Da Redação
Com Lusa

O secretário-geral da ONU, António Guterres, felicitou o congolês Denis Mukwege e a iraquiana Nadia Murad, galardoados com o Prêmio Nobel da Paz pela sua luta pelos direitos humanos e contra a violência sexual.

“A violência sexual em conflitos é uma ameaça à paz e uma mancha na nossa humanidade comum. No entanto, ainda é generalizada. Parabéns aos nossos parceiros nas Nações Unidas, Denis Mukwege e Nadia Murad. Continuaremos a apoiar os seus esforços corajosos”, escreveu Guterres na sua conta no Twitter.

Guterres lembrou que Nadia Murad “deu voz ao abuso inqualificável no Iraque, quando extremistas violentos do Daesh (o grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico) atacaram brutalmente os Yazidi, especialmente mulheres e meninas “.

“Como embaixadora da boa vontade para o gabinete das Nações Unidas sobre Drogas e Crime desde 2016 tem procurado apoiar as vítimas de tráfico humano e escravidão sexual. A sua defesa poderosa tocou pessoas de todo o mundo e ajudou a estabelecer uma investigação de importância vital para as Nações Unidas sobre os crimes atrozes que ela e muitos outros sofreram “, acrescentou.

Em relação a Denis Mukwege, Guterres afirmou que é “um corajoso defensor dos direitos das mulheres presas em conflitos armados que sofreram violações, exploração e outros horrendos abusos”.

“Apesar das ameaças regulares à vida, fez do Hospital Panzi, na República Democrática do Congo, um refúgio para o abuso. As Nações Unidas apoiam os seus esforços. Tem sido uma voz forte, chamando a atenção do mundo para os crimes chocantes cometidos contra mulheres em tempos de guerra. Como cirurgião especialista e sensível, não só curou corpos destroçados, mas também restaurou a dignidade e a esperança “, acrescentou Guterres.

Há dez anos, o Conselho de Segurança da ONU condenou por unanimidade a violência sexual como arma de guerra e “hoje o Comité Nobel reconheceu os esforços de Nadia Murad e Denis Mukwege como ferramentas vitais para a paz”.

“Honrando esses campeões da dignidade humana, este prêmio também reconhece inúmeras vítimas em todo o mundo que têm sido muitas vezes estigmatizadas, escondidas e esquecidas. Este também é o seu prêmio”, disse.

António Guterres acrescentou que acredita que este prêmio é “parte de um movimento crescente para reconhecer a violência e a injustiça que metade da população enfrenta desproporcionalmente”.

O Comité Nobel Norueguês anunciou nesta sexta-feira que o Nobel da Paz foi atribuído ao congolês Denis Mukwege e à iraquiana Nadia Murad pelos “seus esforços para acabar com o uso da violência sexual como arma de guerra e conflitos armados.

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