“Naquilo que depender do Presidente não se volta atrás” no desconfinamento

Da redação com Lusa

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, declarou neste sábado que, no que depender do Presidente, não haverá “volta atrás” no processo de desconfinamento, e deu a Feira da Agricultura de Santarém como exemplo do “virar de página”.

“Já não voltamos para trás. Não é o problema de saber se pode ser, deve ser, ou não. Não vai haver. Comigo não vai haver. Naquilo que depender do Presidente da República não se volta atrás”, afirmou, Marcelo Rebelo de Sousa, que visitou a Feira Nacional de Agricultura, em Santarém.

O chefe de Estado defendeu que “o não voltar atrás exige às pessoas viverem à medida disso”, que, se querem que não se volte atrás, “têm que ter bom senso no respeito das regras sanitárias”, que aos eleitos para governar cabe decidir e aos especialistas “chamar a atenção para o juízo que as pessoas devem ter”.

“A função dos especialistas é dizer ‘não se esqueçam’ e pregar um certo susto” para que as pessoas, sobretudo os mais jovens e os que ainda não são vacinados, saibam que devem ajudar, disse Marcelo Rebelo de Sousa, frisando que a vacinação já permite “dizer que aquilo que arrancou na economia e na sociedade vai em frente e já não volta atrás”.

Acompanhado pela ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a agricultura foi um setor que “nunca parou” na pandemia de covid-19, e deu o exemplo da Feira Nacional da Agricultura como exemplo que o país “virou a página” no desconfinamento.

Para o Presidente, esta feira corresponde ao que declarou no seu discurso do 10 de junho, de que o país “virou a página” e está agora “num novo ciclo”.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o país tem já “mais de 6 milhões e meio de vacinados”, a que se juntam os que foram infetados e estão imunizados e as previsões de vacinação nos próximos dois meses, atingindo “uma percentagem muito significativa da população”.

“O que justifica certas precauções sanitárias é o número de mortos, em primeiro lugar. Depois, não haver um estresse insuportável no Serviço Nacional de Saúde”, disse, sublinhando existirem, no prato da balança, “outras coisas que pesam”, como “a vida das pessoas na economia”, a sobrevivência das empresas e dos trabalhadores.

Nesse “pesar”, as pessoas “podem ajudar não cometendo loucuras”, afirmou, salientando que a vacinação permite ao país “ir avançando”.

Na visita à Feira da Agricultura, que se prolongará pela tarde, o Presidente elogiou o facto de a agricultura nunca ter parado ao longo de mais de um ano de medidas restritivas devido à pandemia da covid-19, o que disse ser “excepcional”.

Apontou ainda a capacidade do setor de se renovar e de investir “com muito pouco meios”, mesmo que tenham vindo a crescer os apoios e que os fundos previstos possam permitir “dar passos importantes” para o futuro.

Para o Presidente, “a agricultura é essencial” e “só uma visão completamente absurda do país entende que (…) está condenada”.

Como exemplos referiu o crescimento “impressionante” das exportações do setor e a presença de numerosos produtores na Feira Nacional da Agricultura, mostrando que “apostam no futuro”.

Questionado sobre a importância dos fundos europeus para o setor, Marcelo Rebelo de Sousa confessou que não gosta “da expressão bazuca, porque as pessoas acham que a bazuca faz tudo de um só tiro e ninguém tem de fazer nada”, e lembrou que, além das verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, existem outros fundos “mais volumosos” que, ao longo de sete anos, irão complementar aqueles.

Dados

O número de doentes com covid-19 internados nos hospitais registrou nas últimas 24 horas o maior aumento desde o fim de abril ao totalizarem 325, indicam dados da Direção-Geral da Saúde (DGS).

De acordo com o boletim epidemiológico deste dia 13, os internamentos voltaram a aumentar e estão mais 25 pessoas internadas em enfermaria, o que totaliza 325 doentes com covid-19 nos hospitais.

O último dia em que se registaram valores semelhante foi em 29 de abril, quando estavam internados 324 doentes.

O boletim de hoje avança também que os doentes internados nos cuidados intensivos também voltaram a aumentar em mais cinco, estando agora nestas unidades 82 pessoas.

Dados da DGS indicam que desde o início de maio não estavam tantos doentes com covid-19 nos cuidados intensivos, nomeadamente no dia cinco de maio quando estavam nestas unidades 83 pessoas.

O boletim da DGS indica que Portugal registou duas mortes associadas à doença covid-19 nas últimas 24 horas e contabilizou 707 novos casos de infeção pelo novo coronavírus.

A região de Lisboa e Vale do Tejo registrou 450 novos casos nas últimas 24 horas, o que representa 63,4% do total nacional.

Os casos de covid-19 nas últimas 24 horas são, sobretudo, entre as faixas etárias dos 10 aos 59, totalizando 91% das novas infeções, sendo em maior número entre os 20 e os 39 anos.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram em Portugal 17.047 pessoas e foram registrados 857.447 casos de infeção.

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