Na Namíbia, portugueses ocupam escritório consular

Cerca de 150 portugueses ocuparam o escritório consular de Portugal em Windhoek, Namíbia na África do Sul, e ameaçaram semanter ali até que o governo português desista de encerrar aquela representação, no último 22 de março.

Por telefone, o conselheiro da comunidade portuguesa da Namíbia, Manuel Coelho, referiu que a ocupação dos escritórios consulares foi “um ato espontâneo”, decidido no decorrer de uma reunião da comunidade, que esteve preparando uma grande manifestação contra o encerramento do consulado português na capital namibiana.

“Depois de ver encerrada a sua embaixada no país, os mais de 1.200 portugueses residentes na Namíbia receberam a decisão do Secretário de Estado das Comunidades de encerrar o escritório consular (que era a residência do ex-embaixador) com muita revolta”, disse à Lusa Manuel Coelho.

“Trouxemos para cá comida, bebida e baralhos de cartas e tencionamos ficar até que o governo de Lisboa mude a sua posição face ao encerramento deste escritório consular”, disse Coelho. Uma unidade da polícia namibiana começou a cercar o local no momento em que Manuel Coelho falava à Lusa, ameaças de serem efetuadas prisões.

No sábado dia 24, no mesmo local, o protesto continuou com a comunidade levando o seu rancho folclórico. Cerca de duas centenas de portugueses gritaram palavras de ordem contra o encerramento, terminando o protesto com uma confraternização com comida tradicional portuguesa, vinho luso e música.

É inaceitável e incompreensível que Portugal mantenha embaixadas e consulados abertos em países como o Zimbabué ou o Gabão, que pouco ou nada acrescentam ao mundo da lusofonia, enquanto encerra representações em países com comunidades fortes e com contribuições importantes para as economias dos países de acolhimento, como é o caso da Namíbia”, concluiu o conselheiro.

A Embaixada de Portugal em Windhoek foi encerrada em novembro de 2003, ficando a funcionar nas suas instalações um escritório consular, que o governo português pretende agora fechar no âmbito do plano de reestruturação consular.  

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