Multidão voltou ao Santuário de Fátima no 13 de maio

Da Redação com Lusa

A peregrinação deste 13 de maio ao Santuário de Fátima registra a presença de um número significativo de fiéis, que voltam a encher a esplanada do recinto após dois anos de restrições provocadas pela pandemia de covid-19.

Na procissão de velas de quinta-feira à noite estiveram no santuário cerca de 200 mil peregrinos, de acordo com os números divulgados pelos serviços do santuário.

Nas cerimônias desta sexta-feira, o recinto registra um número menor de crentes, mas uma grande representação do clero que acompanha o presidente da eucaristia, o arcebispo venezuelano Edgar Peña Parra.

No total, a acompanhar o Substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado do Vaticano, estiveram presentes 11 diáconos, 318 padres e 28 bispos.

Quanto a grupos organizados de peregrinos, os serviços do santuário registaram 124, de mais de uma vintena de países.

Esta peregrinação “marca o regresso de uma série de iniciativas próprias das peregrinações de verão, como o acolhimento dos doentes e dos peregrinos a pé”, informou o Santuário, explicando que, “nos últimos dois anos, devido à pandemia, não foi possível oferecer estes dois serviços por razões sanitárias.

Ucrânia

A bênção de uma imagem réplica da Virgem Peregrina de Fátima com destino à catedral de Lviv, na Ucrânia, será um dos últimos momentos da peregrinação aniversária de maio ao santuário da Cova da Iria.

O arcebispo Edgar Peña Parra, substituto para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado do Vaticano, na noite de sexta-feira falou da situação de guerra na Ucrânia, lamentando que, “no banquete da humanidade” falte “o vinho da fraternidade e da paz”.

Na homilia da Celebração da Palavra, no primeiro dia da peregrinação aniversária ao Santuário de Fátima, o prelado reconheceu que, no mundo atual, “os egoísmos e os rancores explodem com frequência, como, neste (…) tempo, na violência atroz e bárbara da guerra, onde não há, nem vencedores, nem vencidos, mas apenas lágrimas”.

O programa do primeiro dia de peregrinação sofreu algumas alterações face ao que era habitual antes da pandemia, com a eucaristia a ser substituída pela celebração da Palavra e a ser suprimida a sessão de acolhimento na Capelinha das Aparições, que, tradicionalmente, ao fim da tarde, marcava o início oficial das cerimônias.

Peregrinos

 A pé, de bicicleta ou de autocarro, muitos foram os peregrinos que chegaram à Cova Da Iria para finalmente cumprirem as promessas feitas a Nossa Senhora de Fátima e que estavam “em atraso” por causa da pandemia.

“Éramos para ter vindo no ano passado, mas não conseguimos, porque as restrições ainda eram muitas”, contou à agência Lusa Maria das Dores Oliveira, de Viana do Castelo, que chegou a Fátima de ônibus.

A promessa, feita por motivos de saúde, ainda antes da pandemia de covid-19, tinha de ser cumprida a 13 de maio.

“Comecei há pouco tempo a trabalhar, mas consegui tirar este dia para vir. Tinha de ser hoje. Tinha de vir agradecer a Nossa Senhora, que me deu força”, disse, emocionada.

Vestidos com camisetas com a inscrição “Unidos pela fé”, António Pereira e mais cinco amigos do Porto retomaram este ano uma “tradição” já com 22 anos.

“Há muitos anos prometi a Nossa Senhora que, enquanto pudesse vir a Fátima a pé, vinha. Desde há 22 anos que venho com estes meus amigos, só homens”, contou António Pereira à Lusa, admitindo que a amizade e o companheirismo dão uma força adicional para enfrentar o caminho.

Passados dois anos, o sentimento na chegada a Fátima foi ainda mais forte: “É uma alegria muito grande estar aqui. Grande não, enorme! É emocionante podermos agradecer a fé que nos une!”

Em frente à capelinha das aparições, mais três amigos também rezavam, com as velas acesas nas mãos, encostados às suas bicicletas. “Durante a pandemia, só cá viemos uma vez. Hoje é um dia diferente. Sinto uma grande liberdade”, admitiu Pedro Mendes, de Leiria.

Pedro Mendes deslocou-se a Fátima para “agradecer por tudo”, até porque “este tempo de pandemia não foi nada fácil”. “Tenho uma empresa de 500 funcionários do ramo alimentar. As coisas agora estão a normalizar, mas não foi fácil”, sublinhou.

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