Montreal se reúne para a III Semana Cultural

 

Por António Vallacorba De Montreal, especial para Mundo Lusíada

Divulgação

A Casa dos Açores do Quebeque (Caçorbec), no Canadá, esteve em grande evidência nos transactos dias 17, 18, 19 e 20 do corrente, por ocasião da sua III Semana Cultural, subordinada ao tema “O Homem e o Mar” e para a qual foi palestrante convidada a Dra. Raquel Soeiro de Brito, jubilada professora catedrática, vinda expressamente de Portugal continental.

Natural de Lisboa, a Dra. Raquel, vice-presidente do Museu da Marinha desde 2001 e que declarou sentir-se “cidadã especial dos Açores”, foi uma das primeiras estudiosas ou pessoas a assistir ao desenrolar do famigerado vulcão.

Na sexta-feira, dia 16, foi das sessões mais interessantes e nobres, graças à intervenção da Dra. Raquel sobre o Vulcão dos Capelinhos e no âmbito da passagem dos 50 anos da sua ocorrência, em Setembro de 1958, na freguesia do Capelo, ilha do Faial.

O Dr. Carlos de Oliveira, cônsul-geral de Portugal em Montreal, dignou-se estar presente a este mui agradável serão, aberto com as palavras de saudação por Damião Sousa, presidente da Caçorbec, a que se seguiu a muito curiosa exibição do Bailho dos Pescadores dos Amigos de Rabo de Peixe.

“Este é dos vulcões que tem a história mais bem descrita”, disse a ilustre conferencista, especializada em Vulcanologia, durante a sua narração dos acontecimentos, tese do seu doutoramento, e conforme ia decorrendo a projecção do respectivo vídeo. Ficámos também a saber que o vulcão em referência foi “dos mais agrestes e irmão-gémeo de um que três anos mais tarde explodiu na Islândia”.

Pelas suas características, contribuiu grandemente para que a comunidade cientifica pudesse ter um conhecimento mais profundo destes fenómenos e suas particularidades. Certamente que ajudou também – acrescentaria eu – a pôr os Açores nos mapas nacional e internacional! Esta sessão serviu também para a apresentação, presidida por aquela cientista, da medalha e do livro de prestígio (com cerca de 5 quilos e mais de 800 páginas) comemorativos do quinquagésimo aniversário do referido vulcão.

Quase a encerrar, assistiu-se à exibição do rancho “Ilhas de Encanto” e a uma parte de curiosas cantigas ao desafio, por Manuel Fátima e Mário Carvalho, acompanhados por elementos do agrupamento “Recordações”, da Caçorbec. Paralelamente, Jorge do Couto Silva voltou a distinguir-se como o talentoso agente cultural que é, na montagem das múltiplas exposições de livros, fotografias, estandartes e de uma preciosidade de conchas, búzios, miniaturas de barcos, de um belo exemplar de pedra de basalto e uma capa do S. Santo Cristo com quase 300 anos.

Esta semana cultural encerrou-se no sábado, com jantar comemorativo do 29º aniversário da Caçorbec, imposição da Medalha de Mérito da Casa dos Açores em um dos seus sócios (Manuel Morgado, ausente na Califórnia), baile, etc. Foi, em suma, uma semana bem preenchida pelas mais diversas actividades inerentes ao acontecimento, incluindo ainda exibições folclóricas, de vídeos alusivos ao tema deste evento e sobre o tesouro do S. Santo Cristo; convívios sociais, degustação de chás do Porto Formoso e da Gorreana, entre outros.

A Casa dos Açores do Quebeque promoveu mais este interessante acontecimento cultural que certamente contribuiu para o enriquecimento geral não só dos próprios açorianos locais mas também dos nossos demais compatriotas.

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