Ministra brasileira vê distorções na associação entre agricultura e desmatamento

Da Redação
Com EBC

“A associação internacional entre a produção de alimentos no Brasil e o desmatamento e queimadas na Amazônia são distorções que, nem de longe, correspondem à realidade”, disse a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para uma plateia de empresários e autoridades locais ao participar de seminário sobre oportunidades de comércio e investimento no Brasil, na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em Dubai, nos Emirados Árabes, nesse domingo.

“O problema na Amazônia existe e está sendo tratado com a seriedade que merece, como pude comprovar em recente visita à região”, acrescentou.

Tereza Cristina ressaltou que o Brasil desenvolve políticas e mecanismos para proteger o meio ambiente ao mesmo tempo em que busca aumentar a produtividade e qualidade da sua agropecuária. Ela lembrou que a preservação ambiental é uma preocupação não apenas do governo brasileiro, mas dos próprios produtores rurais.

Ao falar sobre as oportunidades de comércio entre os Brasil e os Emirados, ministra disse ainda que o potencial de comércio e investimentos entre o Brasil e os Emirados Árabes é enorme e precisa ser aprofundado. “Existem oportunidades ao longo de toda a cadeia produtiva do agro: insumos, maquinário, produção, processamento, estocagem, distribuição, transporte, pesquisa, tecnologia e inovação”.

A ministra citou também projetos de infraestrutura que podem receber investimentos externos, como ferrovias e rodovias, além de oportunidades de investimentos em setores produtivos como produtos florestais, lácteos, aquicultura e horticultura. “É com esse objetivo de ampliar a presença brasileira no mercado global e apresentar oportunidades de investimentos para parceiros estratégicos que tenho intensificado minha agenda internacional”, disse.

Tereza Cristina ressaltou também o trabalho que o governo federal, em conjunto com os produtores, no desenvolvimento de programas que dão aos produtos da agropecuária brasileira um altíssimo status sanitário, como nunca ter registrado casos de influenza aviária, além de avançar na erradicação da febre aftosa e de baixíssimo risco para a doença da vaca louca.

“A excelência sanitária da produção é resultado de diversos programas coordenados pelo Ministério da Agricultura e desenvolvidos com o apoio e a parceria dos produtores rurais. Complementarmente, inspeções sanitárias nas etapas de recebimento dos animais, abate e processamento garantem a inocuidade de todas as carnes produzidas”, disse.

De acordo com o ministério, o comércio entre o Brasil e os Emirados Árabes gira em torno de US$ 2,5 bilhões, sendo que praticamente a metade corresponde a produtos agrícolas. Frango, açúcar e carne bovina respondem por 77% de tudo o que o Brasil exporta para os Emirados.

Economia e Turismo

Em março, o Brasil e os Emirados Árabes assinaram acordo de cooperação e facilitação de investimentos que tem por objetivo estimular, simplificar e apoiar investimentos bilaterais. A ideia é abrir novas oportunidades de integração entre os dois países por meio de ambiente favorável aos negócios aos investidores.

O chanceler Ernesto Araújo e o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional dos Emirados Árabes, xeique Abdullah bin Zayed Al Nahyan, também assinaram no Palácio Itamaraty tratados sobre assistência jurídica mútua em matéria penal e sobre extradição, cujo intuito é promover cooperação entre os dois países para fortalecer a repressão ao crime por meio de ações conjuntas voltadas para a extradição de criminosos que fugiram para o exterior.

Segundo Araújo, o Brasil pretende atrair mais investimentos do país, “sobretudo com o potencial dos fundos de investimento dos Emirados Árabes”.

O chanceler dos Emirados Árabes assinou memorando de entendimento para cooperação em turismo com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. O acordo prevê ações para facilitar os procedimentos alfandegários para intensificar o fluxo de viagens e a atração de investimentos entre os dois países.

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